No mesmo dia em que conseguiu uma declaração de neutralidade da CBF na eleição da Federação Paranaense de Futebol, o presidente Hélio Cury fez duras críticas à entidade nacional, dizendo que a CBF não ajudou a FPF quando foi solicitada e deixou de cumprir compromissos assumidos anteriormente, na gestão Ricardo Teixeira. Cury negou que a Federação tenha se afastado da CBF, como argumenta o candidato de oposição Ricardo Gomyde, mas disse que, na sua gestão, o futebol paranaense não se ajoelhará à entidade nacional.

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“Sempre tivemos um bom relacionamento com o Ricardo Teixeira. Na mudança da CBF a FPF foi prejudicada. Tivemos um leilão da sede da federação, em que pedimos ajuda da CBF para permanecer com a sede, nós precisávamos de um empréstimo de R$ 1,8 milhão para comprar a sede e repassar para eles como garantia para pagá-los na sequência e foi negado para nós, com eles com mais de R$ 300 milhões em caixa. Também tinha o compromisso de que a seleção brasileira passaria por aqui antes da Copa e não foi cumprido pelo (José Maria) Marin (presidente da CBF)”, disse Cury, em entrevista à RPC.

Cury rebateu a declaração dos presidentes de Atlético, Coritiba e Paraná de que tiveram que recorrer à CBF para conseguir ajuda que a FPF se recusou a dar. “Acompanhei vários clubes na CBF pedindo ajuda financeira. A CBF bloqueia o dinheiro de TV, pega uma garantia e ainda cobra juros. Não entendo que ajuda é essa. A Federação tem que ter boa relação com a CBF, mas tem que andar em pé e não de joelhos. Até dentro do campo os clubes daqui foram prejudicados pela CBF”, disse.

Ofício

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Ontem, Hélio Cury indagou oficialmente a CBF sobre o apoio da entidade ao candidato de oposição, Ricardo Gomyde. Em resposta, o presidente da CBF, José Maria Marin, deixou claro que, ao contrário do que está sendo divulgado, a confederação “não se envolve em processo eleitoral de suas federações filiadas”.

Cury ainda criticou a postura dos presidentes do Trio de Ferro que vem bancando a candidatura de Gomyde, lembrando que durante os conturbados anos de gestão de Onaireves Moura, não viu os clubes se mobilizarem desta forma. “Não vi ninguém se levantar desse jeito para tirar o futebol paranaense das mãos do Onaireves Moura, depois de 23 anos com ele prejudicando o nosso futebol e enchendo a federação de dívidas”, declarou.

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