Hora de mudar

Futebol brasileiro é altamente dependente de empresários

O futebol brasileiro é altamente dependente de grupos de investidores e empresários para que os clubes tenham condições de colocar atletas em campo para disputar as suas respectivas competições durante a temporada. E o cenário paranaense não é diferente.

A nova determinação da Fifa causará impacto no país, já que no Brasil o percentual de jogadores fatiados entre clubes e terceiros chega a aproximadamente 80%. Em Curitiba, o trio da capital também vive algo bem semelhante.

Durante a semana, o presidente Vilson Ribeiro de Andrade confessou em entrevista ao SporTV, na segunda-feira, de que seu atual elenco no Coritiba está representado da seguinte forma: o clube paranaense é responsável por 56% dos direitos econômicos, enquanto os 44% restantes são divididos entre empresários e investidores.

A declaração vai contrária, entretanto, ao que o mandatário alviverde falou à reportagem do Paraná Online, quando questionado sobre o impacto dentro do Alto da Glória. “Não vejo problema ao Coritiba, porque temos poucos investidores aqui dentro”, relatou na semana passada.

A situação mais emblemática acontece no Paraná Clube. Em parceria com a Amaral Sports, a empresa tem quase duas dezenas de atletas representados, entre jogadores que estão atualmente no elenco e atletas que foram dispensados durante a temporada. A categoria de base também é bem representativa no grupo atual, com mais de 10 jovens revelações.

Esse é o único caso em que uma parceria possui uma boa representação única dentro de um clube. O Coritiba, até meados de 2012, ainda possuía uma parceria forte com a LA Sports, que também esteve no Paraná entre 2006 e 2007, além de 2011. Agora, a fatia é dividida.

Da mesma forma acontece no Atlético, que ainda tem uma parceria com a Ferroviária, de Araraquara, e a Andraus Brasil, mas com raro sucesso. No elenco principal, o Rubro-Negro possui percentual dos direitos em vários jogadores, até por ter um grupo jovem e com jogadores criados no CT do Caju, mas também vê empresários de várias vertentes.

Para mudar esse panorama, a Fifa já anunciou que os atletas não poderão ter mais percentual cedido aos empresários e grupos de investidores. Assim, apenas o clube terá esse direito. Além disso, a organização só anunciará a regulamentação desta nova determinação em março de 2015.

O período de adaptação será entre três ou quatro anos. Um tempo importante para que os clubes possam mudar a filosofia, investir ainda mais em suas categorias de base e se acostumar com o mercado, sem poder fatiar talentos para pagar salários atrasados ou comprar estrelas, o que ocorre muito pelo Brasil afora.

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