Furacão volta a mandar no campeonato

O Atlético reassumiu a liderança do Brasileirão ontem, ao apagar das luzes. Com um gol de Fernandinho, aos 48 minutos da etapa final, o Furacão derrotou o Fluminense, de virada, em pleno Maracanã. Com o empate em um gol entre Criciúma e Santos, o Rubro-Negro foi a 75 pontos, contra 73 do Peixe. Para conduzir novamente a equipe ao topo, o técnico Levir Culpi assumiu a filosofia do ditado: “quem não arrisca, não petisca”. Ao final da partida, o time tinha apenas um zagueiro de origem e três atacantes.

Entretanto, até chegar a esta formação e a este placar, o Atlético passou maus bocados. Apesar da importante vitória, seria irresponsável dizer que o Furacão fez uma boa partida. Pouco antes do jogo, o time perdeu Rogério Correia, com dores no pé e o zagueiro Alessandro Lopes, sem ritmo de jogo, foi escalado às pressas – o time já não contava com outros dois titulares da zaga, Marcão e Marinho, suspensos.

Com a defesa desentrosada, o time perdeu um pouco da segurança e deu espaços para a fraca equipe do Flu -, sem Roger, dominar o meio-de-campo e dar a iniciativa do jogo. Até aí tudo bem, já que o plano de Culpi era usar a velocidade dos contra-ataques para agredir o adversário. Mas, como nem sempre as coisas são do jeito que se quer, nas oportunidades criadas pelo Rubro-Negro na primeira etapa, a falta de pontaria foi uma constante. “Tivemos oportunidades e não fizemos. Temos que acertar a pontaria”, disse Washington, fazendo o mea-culpa de um lance incrível desperdiçado por ele.

Vira-vira

Entretanto, quem acertou a pontaria primeiro foi o Flu. Aos sete minutos, após um escanteio, Odvan tocou de cabeça para a conclusão de Antônio Carlos, que tinha Washington na marcação.

Perdoável, já que defender decididamente não é a dele, Washington optou por fazer o que mais sabe e em um contra-ataque rápido, recebeu pela direita de Denis Marques e, com oportunismo, empatou. Neste momento, Culpi já havia escalado Raulen no lugar de Lopes e mudado o esquema tático para o 4-4-2, mais audacioso.

No entanto, apesar da igualdade, o Atlético só incendiou mesmo a partida com a forcinha do ex-coxa-branca Odvan, que após uma entrada criminosa em Fernandinho, foi para o chuveiro. O técnico Alexandre Gama teve que recompor a defesa, sacando um atacante e o técnico Levir Culpi partiu para o tudo ou nada, com audácia. Sacou mais um zagueiro – Igor, que vinha bem – para dar passagem a Dennys. Com três atacantes, a blitz atleticana começou e o Flu recuou para a defesa. Mesmo com o paredão adversário, o Atlético venceu pela insistência. Quando o empate parecia ser o resultado final, Washington tentou por cobertura e o oportunista Fernandinho subiu mais que a defesa, decretando a virada, a vitória e a liderança.

Levir elogia o ataque

Mais do que devolver a liderança ao Furacão, a vitória sobre o Flu comprovou a recuperação do time no Brasileirão. Durante toda a semana, aproveitando-se da motivação proporcionada pela vitória sobre o Inter, o técnico Levir Culpi optou por trabalhar a confiança dos atletas. O trabalho foi mais direcionado aos jogadores da linha de frente, que vinham pecando nas finalizações.

Não que o problema tenha sido solucionado, haja vista o número de chances desperdiçadas ontem, mas o treinador acredita que algo mudou. “A bola entra quando há consciência e confiança. Quando eles acreditaram, fizeram o resultado”, disse Culpi. Paciente, o treinador deu uma força especial ao atacante Denis Marques, que pareceu inconformado ao perder um gol feito – o que não passa despercebido quando se trata do substituto de Dagoberto. “Ele deu o passe para o primeiro gol e se movimentou bem, mostrando confiança. Isso é muito importante”, diz.

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