O Atlético cumpriu o prometido e virou a página da vexatória derrota por 5 a 0 para o Botafogo, no último domingo. Ontem, no Pinheirão, o time rubro-negro mostrou personalidade para virar o clássico e dar um importante passo para a segunda fase da Copa Sul-Americana. Além disso, conseguiu uma vitória histórica, no primeiro confronto entre duas equipes paranaenses em uma competição internacional.
Além de ficar próximo de enfrentar o River Plate pelo torneio continental, o Furacão também ganhou moral para tentar a reabilitação no Campeonato Brasileiro. ?Todos pensavam que depois da goleada nossa garra e nossa pegada iam cair. Isso não aconteceu?, destacou o goleiro Cléber.
O dono da camisa 1 foi um dos responsáveis pela vitória rubro-negra, ao fazer uma bela defesa no pênalti cobrado por Émerson. O zagueiro tricolor fez até paradinha, mas o goleiro atleticano teve frieza para esperar até o último minuto e voar no canto direito. ?Um gol deles ia complicar muito, já que os dois times ficaram com dez jogadores. Mas graças a Deus eu tive a felicidade de defender?, comemorou.
A boa vantagem construída no Pinheirão deixa o Atlético motivado, mas não é motivo de euforia entre os jogadores. ?Ainda não há nada definido. É um jogo de 180 minutos. Saímos na frente nos primeiros 90 e se a gente manter a humildade e o respeito ao adversário, isso vai facilitar as coisas para o Atlético?, diz o zagueiro César.
Já Vadão lembra que o bom resultado também não pode deixar o time se acomodar no Brasileirão. ?Lógico que uma vitória num clássico dá uma motivação maior. Mas temos que saber que não ganhamos três pontos no Brasileiro e ainda não decidimos a nossa classificação na Sul-Americana?, lembra.
O adversário é o Inter, domingo, em Porto Alegre. Vadão não poderá contar com o volante Cristian nem com o zagueiro João Leonardo.
Atlético joga bem e abre boa vantagem na Sul-Americana
Cristian Toledo
Uma vantagem difícil de ser recuperada. O Atlético venceu o Paraná, ontem, no Pinheirão, por 3 a 1, e está muito perto de ir a Buenos Aires enfrentar o River Plate pela fase internacional da Sul-Americana. O Furacão pode perder até por 2 a 0 na partida de volta, na próxima quarta-feira, na Baixada, que suplanta o rival nesta fase preliminar. Ao Tricolor (que teve o capitão Beto expulso e o experiente Emerson desperdiçando um pênalti), é necessária uma inversão do placar para levar o jogo aos pênaltis ou de um resultado com três gols de diferença para se classificar.
Frio, muito frio. Os pouco mais de quatro mil corajosos que foram ao Tarumã na véspera do feriado encararam uma temperatura de 7.ºC – a sensação, por conta dos fortes ventos na região do Tarumã, era de mais frio ainda. Em campo, o Paraná vinha com sua formação habitual, com os ?novos? titulares Sandro, Neguete e Cristiano. Do lado rubro-negro, Alan Bahia no banco, com Erandir assumindo a posição como volante.
Para piorar as condições de jogo, o gramado do Pinheirão continua em péssimo estado. Por conta disso, Caio Jr. sabia que o confronto seria truncado, com faltas e oportunidades de bolas paradas. Vadão orientou Cristian a arrematar de média distância. O 1.º tempo foi repleto de passes errados e de falhas das defesas.
Na primeira, aos três minutos, João Leonardo deixou a bola passar e Cristiano aproveitou a bobeira para abrir o placar com um toque sutil por cima de Cléber. Quatro minutos mais tarde, Ferreira lançou Cristian, que como pedido por Vadão tentou o chute. Alertado por Caio que deveria evitar os avanços do volante atleticano, Emerson se atirou na bola, que desviou e enganou Flávio.
Empatado o jogo, o Paraná tentou controlar as ações ofensivas, mas não tinha em Sandro o jogador que Caio imaginava – aquele que daria ritmo ao ataque e abriria caminho para Cristiano e Maicosuel, que sofriam com a marcação de Erandir e Marcelo Silva. O Atlético começou a ocupar o meio e puxar jogadas em velocidade. Numa delas, aos 25, Ferreira colocou a bola na cabeça de Marcos Aurélio, que nem precisou subir para escorar e virar o jogo.
No intervalo, os rubro-negros pensavam em manter o ritmo e evitar as falhas, enquanto os tricolores buscavam uma forma de achar espaços para buscar o empate. Caio teve que mudar – Angelo, lesionado – foi substituído por Peter, 22 anos, vindo do Ipatinga-MG e que fez sua estréia pelo Paraná. O Atlético também mexeu, com a entrada de Alan Bahia na vaga de Marcelo Silva, também contundido.
A tentativa de reação tricolor foi minada logo a seis minutos, quando Beto foi expulso por falta violenta. O Atlético passou então a dominar a partida, controle que se ratificou com o golaço de Ferreira, que levou a defesa nos dribles e tocou na saída de Flávio. A goleada poderia ter acontecido pouco depois, mas Dênis Marques errou na finalização.
As esperanças paranistas terminaram de vez no momento em que surgiu a chance de buscar o empate. João Leonardo tirou a bola na dividida e Cristiano caiu na área. O árbitro Sálvio Spinola marcou pênalti e expulsou o zagueiro do Rubro-Negro. Na cobrança, Emerson ?telegrafou? e Cléber salvou o Furacão, saltando no canto direito, fazendo uma bela defesa. O lance resolveu o jogo dez minutos antes do final. Atlético vencedor com méritos e recuperado. Paraná derrotado pela 5.ª vez seguida e em visível queda técnica.
COPA SUL-AMERICANA
Súmula
Local: Pinheirão
Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (FIFA-SP)
Assistentes: Roberto Braatz (FIFA-PR) e Válter José dos Reis (FIFA-SP)
Gols: Cristiano 3, Cristian 7 e Marcos Aurélio 25 do 1º; Ferreira 21 do 2º
Cartões amarelos: Beto (PR); Marcos Aurélio, João Leonardo, Danilo (CAP)
Cartões vermelhos: Beto e João Leonardo
Renda: R$ 41.720,00
Público: 4.149 (3.322 pagantes)
PARANÁ CLUBE 1×3 ATLÉTICO
Paraná
Flávio; Gustavo, Emerson e Neguete; Ângelo (Peter), Beto, Pierre, Sandro (Henrique) e Edinho (Batista); Maicosuel e Cristiano. Técnico: Caio Júnior
Atlético
Cléber; Jancarlos, João Leonardo, Danilo e Michel; Erandir, Marcelo Silva (Alan Bahia), Cristian (Fabrício) e Ferreira; Marcos Aurélio (César) e Dênis Marques. Técnico: Oswaldo Alvarez
