Análise

Furacão teve “mãozinha” de Carpegiani pra ser soberano no Atletiba

Carpegiani mexeu no time do Coritiba e trocas acabaram sendo decisivas para o resultado final. Foto: Pedro Serápio

O Atletiba do domingo (15) começou a ser decidido uns 50 minutos antes de começar. Foi quando as escalações foram divulgadas. E já no primeiro olhar era possível concluir que, se de um lado Paulo Autuori, que vira e mexe dá umas inventadas, tinha feito o certo e escalado um Atlético organizado, do outro Paulo César Carpegiani, que arrumou o Coritiba com um jeito mais simples de jogar, quis inventar moda. Alterou o sistema e alterou as peças. O resultado foi visto no gramado da Vila Capanema.

O que fez Autuori? Manteve a forma ideal do Atlético jogar dentro de casa. Uma equipe que marca muito forte, que sai em velocidade e que tem um estilo direto quando ataca. Mesmo com Lucho González, que tenta ditar mais o ritmo, o Furacão segue vertical, tática reforçada com Hernani e Lucas Fernandes jogando mais abertos.

E o que fez Carpegiani? Abdicou do esquema agressivo, com linhas de marcação e alternando troca de passes (de Juan e Raphael Veiga) e velocidade (principalmente com Iago). Iago saiu e entrou Vinícius, que nem acelera o jogo nem cadencia. E ainda saiu Kazim, que no mínimo segura a marcação defensiva adversária, para que Edinho começasse jogando.

Kazim entrou apenas no segundo tempo do clássico, mas foi anulado por Thiago Heleno. Foto: Hugo Harada
Kazim entrou apenas no segundo tempo do clássico, mas foi anulado por Thiago Heleno. Foto: Hugo Harada

Aí residiram os erros fundamentais do Coxa e os acertos decisivos do Furacão. Marcando mal e com uma péssima saída de bola, os visitantes não ofereceram risco aos donos da casa. E com espaço para jogar, o Rubro-Negro nem precisou fazer tanta força para vencer. Tomemos o primeiro gol como exemplo: A zaga do Coritiba larga mão do lance esperando o tiro de meta, Pablo busca e cruza. Hernani está livre na segunda trave. Erra o chute e a bola vai pra trás. Não tem nenhum coxa na jogada. Matheus Rossetto domina, ajeita o corpo e arremata com rara felicidade. Golaço. E símbolo do controle tático do Atlético em campo.

A vitória foi justa, e fica evidente com a avaliação do jogo como um todo. Há responsáveis? Otávio e Rossetto, que sabem marcar e jogar, coisa que por exemplo Edinho não consegue fazer com a mesma eficiência. Thiago Heleno, de novo soberano. Pablo e Hernani, sempre os melhores do Atlético nos jogos em casa. E, para decepção da torcida do Coritiba, Paulo César Carpegiani, que deu uma mãozinha escalado mal o Coritiba para o principal jogo do nosso futebol.

Futuro? Pro Furacão, mesmo os jogadores na festa da vitória admitiam que falta o passo seguinte, vencer fora de casa para que a vaga na Libertadores se confirme. Pro Coxa, obviamente não há nada perdido, mas é certo que é preciso jogar bem mais – e errar bem menos – pra encarar o Nacional de Medellín e pra ter um final de Brasileirão mais sossegado.

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