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Foto: Anderson Tozato
Jogadores do Atlético comemoram mais um gol no "chocolate" aplicado no time carioca.

Fácil. Extremamente fácil. Tão fácil que deu até para Cocito ensaiar embaixadas e dar um chapéu em Alex Dias. Muito fácil e com direito a gol de letra de Lima. Nem pareciam dois times profissionais. Parecia que o Vasco da Gama tinha ido até a Arena da Baixada com uma equipe de juniores. O Atlético não quis nem saber e aplicou 7 a 2 sobre os cariocas, sem a menor cerimônia. É a maior goleada do Brasileirão até agora. Resultado suficiente para sair momentaneamente da zona de rebaixamento e largar o ingrato título de pior ataque do Campeonato Brasileiro.

Deu para sentir no primeiro chute para valer como seriam as coisas. O meia Fabrício arriscou de fora da área e Élinton espalmou. Lima chutou para o gol, mas estava impedido. Sorte dos vascaínos, porque nas outras bolas largadas pelo goleiro carioca os atleticanos estavam em posição legal. Foi assim com Paulo André e Evandro. Sempre com bolas que ele não segurava. Quando não pegou, Lima estava lá para conferir.

Vendo a banda passar, Renato Gaúcho não pôde fazer muita coisa. Não tinha muito o que mudar. O melhor seria trocar o goleiro, mas ele não quis queimar o garoto e acabou trocando Morais, esse mesmo, por Fernandinho. Élinton ficou e continuou colocando em perigo um time que é tetracampeão brasileiro e que tirou o título do Rubro-Negro no ano passado. A fragilidade foi tanta que a torcida gritou olé e o único bom momento vascaíno foi um chute de Luciano, que Diego espalmou.

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Era, praticamente, ataque contra defesa. O time de Antônio Lopes foi colocando todo o treinamento em prática e bombardeando o Vasco de todos os jeitos. Se não havia resistência, por que não tentar? E o time foi tentando. O ala Jancarlos cobrou uma falta com perfeição e ampliou o placar já nos acréscimos do primeiro tempo. Só isso? Não, tinha mais. E como tinha. Um golaço de Lima. Marcão cruzou da esquerda e o artilheiro atleticano deu um sutil toque de letra. Explosão na Arena, e olha que o atacante ainda está sentindo uma tendinite no joelho direito.

Com tanta facilidade, a defesa se desconcentrou e permitiu o gol de Ânderson, numa boa jogada de Fernandinho. Mas, tinha que sair o gol de Aloísio, o bravo centroavante, que levou várias faltas dentro da área e nenhuma foi marcada. Mesmo assim, ele não desistiu e aproveitou um rebote para deixar sua marca. Acabou? Não. Nos acréscimos ainda teve mais. Élber foi derrubado na área por Paulo André e propiciou a Alex Dias fazer mais um no campeonato.

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Enquanto os vascaínos achavam que a lavada não seria tão grande, Fabrício encontrou Finazzi livre na área para cabecear e encerrar os trabalhos. Já eram 48? e o árbitro preferiu encerrar aí mesmo. Uma noite de gala para reabilitar o Atlético e buscar novamente uma posição no lado de cima da tabela.

Pouca coisa para comentar

Foi a maior goleada do Atlético na era Arena, mas o técnico Antônio Lopes preferiu manter a modéstia. É que o Delegado se sente mais à vontade falando quando o resultado é mais apertado. Com 7 a 2 no placar, um time quase perfeito e tudo o que foi ensaiado durante a semana posto em prática, sobrou pouca coisa para falar. Mesmo assim, ele ressaltou a volta do time ao bom futebol e à grande atuação do ala-esquerdo Marcão e do meia Fabrício.

"A equipe subiu de produção principalmente pela boa atuação do Marcão, junto com o Fabrício. O Marcão está numa excelente fase", elogiou o treinador. Para ele, o time voltou a mostrar porque foi vice-campeão da Copa Libertadores da América e que a derrota para o Paraná Clube e a volta para a zona de rebaixamento foram um acidente de percurso. "Foi uma bela apresentação. O aspecto físico contou, a marcação, a velocidade, as jogadas pelos flancos, em especial pela esquerda, mas eu prefiro não ficar comentando isso", minimizou.

Para o restante do time, os sete gols anotados também serviram de alívio. O time deixou de ser o pior ataque do Brasileirão. "Estávamos trabalhando bem, mas os gols não vinham saindo. Acho que agora, o ataque engrena", disse Finazzi, que em poucos minutos deixou sua marca. Além dele, Lima marcou dois e Aloísio também fez, mostrando que o ataque passou a funcionar.

Apesar dos 7 a 2, a segunda maior goleada já sofrida na história do Vasco da Gama, os jogadores do Rubro-Negro voltam ao batente no CT do Caju. À tarde, está programada a reapresentação. Quem jogou deverá fazer um trabalho regenerativo e quem não atuou treina normalmente sob o comando de Antônio Lopes.

Torcida

Hoje, o Furacão torce para que Figueirense e Flamengo não vençam seus jogos. Nesse caso, o clube da Baixada se manteria fora da zona de rebaixamento.

Campeonato Brasileiro

15.ª Rodada

ATLÉTICO 7 x 2 VASCO DA GAMA

Atlético – Diego; Paulo André, Cocito e Danilo; Jancarlos, Alan Bahia (Marcus Winícius), Fabrício, Evandro e Marcão (André Rocha); Lima (Finazzi) e Aloísio. Técnico: Antônio Lopes.

Vasco da Gama – Élinton; Luciano, Gomes e Éder; Wagner Diniz, Felipe Alves, Ígor, Morais (Fernandinho) e Diego; Ânderson (Élber) e Alex Dias. Técnico: Renato Gaúcho.

Local: Arena da Baixada

Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (Fifa-SC)

Assistentes: Alcides Zawaski Pazetto (SC) e Claudemir Mafessoni (SC)

Gols: Paulo André aos 10, Evandro aos 16, Lima aos 19 e Jancarlos aos 47 do 1.º tempo; Lima aos 5, Ânderson aos 10, Aloísio aos 38, Alex Dias aos 46 e Finazzi aos 48 do 2.º tempo

Cartão amarelo: Fernandinho, Alan Bahia, Éder, Felipe Alves, Paulo André

Renda: R$ 130.992,00

Público pagante: 8.633

Público total: 9.969