A Arena da Baixada nunca havia sido palco de tamanho massacre. Numa atuação impecável, o Atlético arrasou o Iguaçu, ontem à tarde, com uma histórica vitória por 8 a 0. A maior goleada do Paranaense e da história do estádio consagrou o devastador ataque do Furacão, que chegou a 44 gols em 15 jogos, uma média de 2,93 por partida.
Com 28 pontos, o Rubro-Negro encerrou a 1.ª fase do estadual na vice-liderança. A classificação, à frente dos rivais Paraná e Coritiba, serviu como prêmio para todo o elenco do Atlético, que disputou oito rodadas com o time reserva. Se o tapetão não mudar, o Rubro-Negro estará no Grupo B com Cianorte, Paranavaí e Rio Branco.
Numa partida em que o time foi quase todo perfeito, Alex Mineiro foi quem mais brilhou. O herói rubro-negro balançou as redes quatro vezes, chegando a dez gols no campeonato, encostando na artilharia. Diego Silva, do eliminado Londrina, e Adriano, do líder Adap Galo, têm 12.
O jogo começou equilibrado na Arena. Logo aos 3 minutos, Evandro acertou a trave no primeiro bom ataque do Furacão. Mas o Iguaçu estava bem postado na marcação e levava perigo nos contra-ataques. O meia Abimael, destaque do time do interior, chegou a ficar cara a cara com Cléber, mas parou em uma boa defesa do goleiro atleticano.
Não demorou muito para o Rubro-Negro tomar conta do jogo. Aos 20, o ex-atleticano Alex Lopes tirou a bola de cima da linha do gol, após grande jogada de Alex Mineiro e Ferreira.
Abriu a porteira – Mas a festa na Arena só começou aos 38, em mais um golaço no estilo de Denis Marques. Ele recebeu de Evandro dentro da área, passou por dois zagueiros e quase entrou com bola e tudo, tocando na saída do goleiro Colombo. Atlético 1 a 0.
A partir daí, o jogo tornou-se um verdadeiro baile do Furacão. Aos 41, Alan Bahia foi lançado na ponta direita e tocou para Jancarlos. No primeiro pau, seu cruzamento encontrou a cabeça de Alex Mineiro, que testou para fundo do gol. 2 a 0. Dois minutos depois, foi a vez de Jancarlos acertar um lindo lançamento para Alan Bahia. O volante invadiu a área sem marcação e não foi fominha. Na saída de Colombo, rolou para Alex Mineiro, que só teve o trabalho de tocar para o gol vazio. Atlético 3 a 0.
Devastador – Perdendo a partida, o Iguaçu não tinha outra alternativa se não partir para cima no 2.º tempo. Aos 3, após mais um bom lance de Abimael, Tom perdeu um gol feito, na pequena área.
O susto despertou o Furacão, que passou a marcar um gols atrás do outro. Aos 12, Ferreira foi lançado por Erandir e fez o seu: 4 a 0. Aos 24, o zagueiro Alex, que havia acabado de entrar no lugar de Marcão, invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado. Furacão 5 a 0.
Aos 29, Alex Mineiro invadiu a área e sofreu pênalti. Ele mesmo bateu e fez 6 a 0. Pouco depois, Válber invadiu a área e soltou a bomba. Colombo defendeu, mas soltou nos pés de Pedro Oldoni, que não perdoou. Atlético 7 a 0. Aos 42, Alex Mineiro encerrou o massacre. Com a zaga do Iguaçu aberta, Pedro Oldoni recebeu lançamento na intermediária, avançou sozinho e, já dentro da área, rolou para o matador, que só tocou para a rede. 8 a 0 para o Furacão, numa tarde inesquecível para 3.712 atleticanos que foram à Baixada.
Atlético ?escapa? de Coxa e Paraná
A segunda posição na primeira fase caiu como uma luva para o Atlético. Com a colocação, o Rubro-Negro não precisará enfrentar Coritiba e Paraná na disputa por um lugar nas semifinais do Paranaense.
O Furacão é o cabeça-de-chave do Grupo B. Seus adversários são Cianorte, Paranavaí e, por enquanto, Rio Branco. Os dois melhores, após turno e returno, se classificam. Uma reviravolta no tapetão pode colocar o time de Paranaguá no outro grupo e o J. Malucelli no caminho do Atlético.
Mesmo sem ter que encarar os rivais da capital, o técnico Vadão diz que não há favoritismo para o Atlético. ?Todo mundo agora jogará o favoritismo para o Atlético. Já esperava isso, mas não existe favorito. Favorito é quem joga melhor. Não adianta você ser superior e na prática não correr, não lutar e não mostrar a qualidade?, afirma o treinador.
Para Vadão, o Rubro-Negro terá muita dificuldade pela frente. ?Nós não podemos vacilar. Temos de tomar cuidado muito grande com esse excesso de favoritismo?, alerta, recordando que o Atlético teve dificuldade com esses adversários. Na primeira fase, o time B atleticano foi derrotado pelo Paranavaí por 2 a 1, no interior, e pelo Rio Branco, por 1 a 0, na Baixada. Já o Cianorte foi derrotado por 3 a 0, na Arena.
Alex Mineiro concorda com o comandante. ?É lógico que o Atlético está um degrau acima dos outros, pela estrutura e os jogadores que tem. Mas isso não vale nada se não colocarmos garra e determinação em todos os jogos?, conclui o matador.
União, fator da goleada
Uma vitória da união e do companheirismo. Assim os atletas atleticanos definiram a goleada de 8 a 0 sobre o Iguaçu. O entrosamento e a solidariedade foram apontadas como virtudes rubro-negras, ontem e em toda a 1.ª fase do estadual. O comportamento do time foi elogiado por Alex Mineiro. ?O diferencial foi a união, a vontade de vencer. Era um jogo que já estávamos classificados e mesmo assim fizemos de tudo para chegar à vitória?, destacou o artilheiro. Para Alex Mineiro, a maneira que os gols aconteceram mostram que não existe disputa de egos dentro do elenco atleticano. ?Mostramos um bom entrosamento, com um companheiro servindo o outro, sem querer fazer tudo sozinho. Mesmo na cara do gol, todos souberam servir o outro melhor colocado?, avaliou o herói do Furacão.
Placar entra pra história
A vitória de 8 a 0 sobre o Iguaçu entrou para a história do Atlético. Foi a maior goleada já vista na Arena, desde sua reinauguração, em 1999. O maior triunfo do Furacão até então tinha acontecido em 2004. Pelo Brasileirão daquele ano, o Rubro-Negro arrasou o Goiás por 6 a 0. Porém, o jogo com mais gols na Arena continua sendo a vitória atleticana sobre o Vasco, no ano passado, por 6 a 4. Em toda a história no Joaquim Américo, inaugurado em 1917, a maior goleada aconteceu em 29. O Atlético de Alberto, Marreco, Levorato e Zinder Lins, que seria campeão estadual invicto, aplicou 10 a 0 no extinto Aquidaban.
CAMPEONATO PARANAENSE 2007
1.ª fase 15.ª rodada
Local: Kyocera Arena, em Curitiba (PR).
Árbitro: Paulo do Amaral.
Assistentes: Helanderson Alves de Lima e Silmar Maia Apetz.
Gols: Denis Marques, aos 38?; Alex Mineiro, aos 41? e 43? do 1.º tempo. Ferreira, aos 12?; Alex, aos 24?; Alex Mineiro, aos 29?; Pedro Oldoni, aos 36?, e Alex Mineiro, aos 43? do 2.º tempo.
Cartões amarelos: Marcão, Cléber, Denis Marques (A), Igor, Alex Lopes e Colombo (I).
Público pagante: 2.952. Total: 3.712.
Renda: R$ 33.635,00.
ATLÉTICO 8 x 0 IGUAÇU
Atlético
Cléber; Jancarlos, Danilo, Marcão (Alex, 21? do 2.º) e Michel; Erandir, Alan Bahia, Evandro (Válber, 29? do 2.º) e Ferreira; Alex Mineiro e Denis Marques (Pedro Oldoni, 24? do 2.º). Técnico: Oswaldo Alvarez.
Iguaçu
Colombo; Erivelton, Willian, Ciro e Givanildo (Jonir, 15? do 2.º); Alex Lopes (Edno, 32? do 2.º), Cidão, Abimael e Igor (Neto, 24? do 2.º); Tom e Jacozinho. Técnico: Orlando Bianchini.