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Funcionário da Arena Condá acredita: ‘Aqui ainda vai jogar muita gente boa’

“Deixa a grama crescer, Chiquinho”, gritou um torcedor na arquibancada da Arena Condá. De pronto, o responsável pela manutenção do gramado, Francisco Lorenzi, 49, fez questão de responder: “Não, não, eu vou cuidar direitinho porque nesse lugar ainda irá jogar muita gente boa. Não podemos desistir agora”, avisou.

Assim como outros funcionários da Arena Condá, Chiquinho conta que o Chapecoense “era como uma família” e que “os jogadores viviam fazendo brincadeiras com os funcionários”, lembra. “Estamos todos de luto. Foi como se a gente tivesse perdido os nossos filhos”, completa.

Outro funcionário, Nelson Grosmann, 63 anos, chora ao lembrar que no dia 29 de novembro era o seu aniversário. “Quando o meu telefone tocou às 5h da manhã, achei que era o meu filho me dando os parabéns. Na verdade, era o meu filho dizendo que o avião da Chape tinha caído”, lembra. “Não acreditei, achei que era besteira da Internet. Depois, virou o aniversário mais triste da minha vida”, fala.

Na manutenção do estádio, trabalha Marcos Adriano Medina, 19 anos. O garoto diz que vai sentir saudade do clima amigável e das brincadeiras do grupo de jogadores. “Eles jogavam água gelada para me acordar, me puxavam as orelhas também. Mas era tudo em um clima de camaradagem”, conta.

O dia tem sido muito difícil para Daiane Barcelos de Araújo, 33 anos. Na faxina, ela se apoiava na própria vassoura para pensar ou chorar. “Eu trabalho no vestiário também. Tinha muito contato. Jogadores e funcionários me ajudaram quando eu precisei há uns anos atrás. Agora, entender que aconteceu isso! Aconteceu isso com gente que eu convivia, que eu dava bom dia, que servia café e conversava. Isso é horrível. A gente morreu junto”, lamenta.

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