São Paulo – A passagem de Maria Paula Gonçalves – a Paula, do basquete -pelo Ministério dos Esportes não durou seis meses. Ontem, em São Paulo, falou sobre sua saída, antecipando uma entrevista que estava marcada para segunda-feira, para evitar “que as fofocas dos corredores parassem nos jornais”, atribuídas a ela. “Eu sentia que estava de enfeite”, resumiu Paula. Disse que sua função, como secretária de Esportes de Alto Rendimento, estava reduzida a tarefas diárias, que não era ouvida e no Ministério não há planejamento. Usou o termo frustração, com os olhos marejados de lágrimas (enxugou o rosto rapidamente), para definir sua passagem por Brasília, fez críticas ao ministro Agnelo Queiróz e a influência que o Comitê Olímpico Brasileiro tem sobre os atos do ministro.
Paula disse que deixou o Ministério sem saber qual era o orçamento de sua Secretaria. E sem dar a contribuição que desejava. A única contribuição que deixou foi um “esboço de um projeto de incentivo fiscal” que nem mostrou ao ministro. “No início fazíamos algumas reuniões, mas depois não fizemos mais.” Culpou o ministro Agnelo Queiróz “por não olhar para dentro da pasta”. Afirmou que sentia “angústia” porque o trabalho não andava.
Preferiu não culpar o secretário Executivo, Gil Castelo Branco, que também deixou o Ministério, pela falta de entrosamento interno e de planejamento dizendo que “cabe ao chefe cuidar da casa”. Paula assumiu o cargo em 12 de maio. “Nem seis meses depois, abandona o barco… As pessoas podem pensar isso, mas eu estava nesse dilema há dois meses. Pensava: ‘o que eu estou fazendo aqui?