Faltavam três voltas para o fim do GP da Hungria. Pouco mais de 13 km, quatro minutos, não mais que isso, e Felipe Massa venceria em Budapeste e assumiria a liderança isolada do Mundial de Fórmula 1, depois de uma largada excepcional e de uma corrida segura e absolutamente sob controle.
Aí seu motor explodiu. E Massa não ganhou a corrida, não fez ponto algum, e ainda viu Lewis Hamilton ampliar sua vantagem no campeonato e Kimi Raikkonen, seu companheiro de Ferrari, ultrapassá-lo na classificação.
“Foi um dos piores momentos da minha carreira”, disse o brasileiro. “Chorei muito depois que quebrou o carro, mas já passou. Não é isso que vai tirar meu sono, porque sei que fiz 100% do que tinha de fazer. Fiz tudo certo, e infelizmente nosso esporte é assim. Quebrou sem dar um aviso, um sinal, nada. Eu já tinha até reduzido os giros do motor, porque tinha uma grande vantagem para o segundo colocado.”
Massa era terceiro no grid, e apostou tudo na largada. “Eu estava do lado limpo da pista e sabia que daria para ganhar pelo menos a segunda posição do Kovalainen. Mas larguei bem e senti que era a chance de poder brigar pela vitória. Para vencer, era preciso fazer a primeira curva na frente. Peguei o vácuo do Lewis e isso me deu velocidade para tentar tudo na freada”, descreveu.
Felipe travou as rodas, freou mais tarde, contornou a primeira curva por fora e ganhou a liderança do pole Hamilton numa manobra memorável. A partir daí, controlou a corrida como quis, mantendo o inglês da McLaren sempre a uma distância segura.
Depois da primeira rodada de pit stops, tudo seguiu bem para o ferrarista. E as coisas melhoraram ainda mais quando, na 41.ª volta, furou o pneu dianteiro esquerdo de Hamilton. Ele deu quase uma volta inteira com o pneu furado, parou nos boxes, caiu para nono e ainda terminou em quinto.
No momento em que o motor de Felipe foi para os ares, a vitória caiu no colo do outro piloto da McLaren, Heikki Kovalainen, que fazia uma prova discreta, mas estava no lugar certo, na hora certa. Foi a primeira vitória de sua carreira e ele se tornou o 100.º piloto a vencer na história da F1.
O pódio foi completado pelo surpreendente Timo Glock, da Toyota, e por Kimi Raikkonen, da Ferrari. Hamilton foi a 62 pontos no Mundial e Kimi passou Massa, somando 57 depois de 11 corridas. Felipe caiu para terceiro, com 54. A F1 faz uma pausa de três semanas, agora, e só volta no novo circuito de rua de Valência, na Espanha, para o GP da Europa.