A primeira manifestação pública de insatisfação dentro da seleção brasileira, desde o início da preparação para a Copa do Mundo, foi dada nesta quarta-feira pelo atacante Fred, ao ser substituído no intervalo do coletivo por Henrique. Sob pressão por suas más atuações na Copa do Mundo e pela falta de gols na competição – só marcou uma vez, no jogo com Camarões -, Fred perdeu o controle quando recebeu o colete vermelho das mãos do técnico Luiz Felipe Scolari, durante atividade na Granja Comary.
Fred caminhou para um lado do gramado cabisbaixo e aparentou estar transtornado ao ser abordado por Jô, que também vestia o colete dos reservas. Naquele instante, Fred começou a desabafar, pôs as mãos no rosto e reclamou com rispidez. Enquanto isso, Jô tentava reanimar o jogador do Fluminense. Antes mesmo do segundo tempo do coletivo, Fred sentou-se sozinho escorado em uma das balizas e manteve-se distante do grupo. Ele não esteve bem na parte inicial do treino.
Ao fim do coletivo, no qual não teve contato com Felipão, Fred foi o último a sair de campo. Ficou alguns minutos ao lado de outros jogadores e não parava de se queixar. Entre Paulinho e Ramires, era observado por Jô e Hernanes. Os colegas só ouviam Fred. Thiago Silva, que também ocupava o banco que reunia o grupo, parecia disfarçar o mal-estar e olhava para a frente, sem sequer se mexer.
Depois, em companhia apenas do coordenador técnico Carlos Alberto Parreira, Fred continuou com os protestos por vários minutos. Em dado momento, colocou uma das chuteiras como barreira sobre a boca, provavelmente com a intenção de evitar leitura labial. Parreira ouvia com atenção e falava pouco. Quando havia alguma pausa na conversa, Fred abaixava a cabeça e olhava em torno para ver se alguém se aproximava.
