Quase cinco anos depois, o centroavante Fred ainda tem lembranças, a maioria ruins, da Copa do Mundo de 2014. Em pleno estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, o jogador vestia a camisa 9 do Brasil na goleada sofrida para a Alemanha por 7 a 1, pela semifinal, considerada por muitos como a pior derrota da história do futebol brasileiro. Nesta quinta-feira, em entrevista ao SporTV, admitiu não ter tido um bom desempenho em campo.
“Eu fui o cone da Copa. A única, além da minha família, que me abraçou, foi a torcida do Fluminense (time no qual jogava na época). Não tem como apagar”, disse o atual jogador do Cruzeiro, que só marcou um gol na competição realizada no Brasil – na goleada por 4 a 1 sobre Camarões, em Brasília, pela fase de grupos. “Eu sou um bom centroavante e sou muito eficiente dentro da área. E nosso time não estava jogando de forma coletiva, um passando para o outro. E eu sofri mais por causa disso porque eu necessito totalmente dos meus companheiros”.
Hoje em dia, Fred leva essa história na brincadeira. “Na época do Abelão (Abel Braga, no Fluminense) era bom. Ele falava: ‘Fred, você pega os dois zagueiros ou o goleiro’. Mas depois que veio o negócio do cone na Copa eu tenho que correr nem que não esteja fazendo nada, eu tenho que movimentar. Agora tem um GPS atrás, tenho que ficar mexendo”, disse.
Fred lembrou ainda de detalhes da goleada sofrida para a Alemanha. O centroavante revelou que faltou humildade por parte da seleção brasileira. “Faltou um pouquinho de humildade para a gente, inclusive dentro do jogo. Lembro que estava 1 a 0 e todo mundo vamos virar, 2 a 0 e vamos virar, vamos para cima. E eu falei: gente, vamos fechar a casinha”, comentou.
Para o atacante, a forma como a equipe jogou ofensivamente em 2014 era um resquício do que havia feito um ano antes na conquista da Copa das Confederações, também no Brasil – ganhou por 3 a 0 da Espanha, então campeã mundial e bi da Eurocopa, na final disputada no estádio do Maracanã. Essa campanha deu uma falsa impressão sobre a seleção.
“Lembro de uma reunião que o Felipão (técnico) fez em 2013. Eu levantei e falei que a gente tinha que saber sofrer, aí levantou Daniel Alves, Neymar e falaram vamos para cima, somos o Brasil e não sei o quê. E a gente passou por cima de todo mundo nas Confederações, mas não pegamos uma Alemanha, uma Argentina, uma Holanda. A gente é alimentado do que a gente viveu no passado”, lembrou.