Franco e Sandri, dois técnicos em ação

Contratados como salvadores da pátria, Ney Franco e Lori Sandri assumiram Atlético e Paraná, respectivamente, na segunda rodada do returno do Brasileirão. Após quase um mês de trabalho, os treinadores se enfrentam e com a dura missão de não perder o clássico do próximo domingo, na Arena da Baixada.

O treinador que falhar passa a carregar o fardo de deixar seu clube à beira do caos e prestes a afundar no limbo da zona de rebaixamento. Já ao vencedor, a glória.

Devido a diferença de vivência dentro do futebol paranaense de ambos os treinadores, novamente a folclórica história do ?pato velho? contra o ?pato novo? se repete. Ney Franco, ao aceitar o convite do Atlético, assumiu pela primeira vez um clube paranaense enquanto o rodado Lori Sandri já comandou o trio-de-ferro da capital e tem um vasto currículo vinculado ao Estado, como jogador e técnico.

Apesar da ?inexperiência?, no comparativo das seis rodadas à frente de seus clubes, o ?pato novo? tem melhor retrospecto que seu adversário. Ney Franco acumula 50% de aproveitamento dos pontos disputados, com três vitórias e três derrotas. Lori obteve 39% dos pontos e uma vitória a menos. No desempenho dos times, o Atlético está em melhor posição na tabela e possui melhor defesa. Ofensivamente, ambas equipes se equivalem.

Equilíbrio  

Em um momento delicado da competição, Franco conseguiu dar equilíbrio e padrão de jogo a sua equipe, com variações do sistema 3-5-2. Mesmo à beira da zona da degola, uma aparente tranqüilidade reina no lado atleticano, tanto que o treinador não esconde escalação e nem faz mistério para encarar o rival. ?Tudo é questão de momento. Em equipe que está ganhando e tendo boa seqüência, treinador não muda. E essa é a situação do Atlético. Depois que alteramos nossa forma de jogar (contra o Galo), o time vem bem?, analisou Franco.

Mas o principal trunfo atleticano é a ?nova fase? de entrosamento entre diretoria, torcida e time (ver matéria). Com a perfeita sintonia entre eles, a mística da Baixada está retornando e o atleticano espera que os bons resultados também.

Enquanto isso, no rival do início da Getúlio Vargas, a situação é bem diferente. Lori Sandri sequer definiu seu onze titular e carrega a pressão de ter sua equipe figurando na zona de rebaixamento.

Em cada lado, perfis diferentes

O gaúcho Lori Sandri, 58 anos, tem uma forte ligação com o futebol paranaense. Jogou em diversos clubes do Estado como os extintos Água Verde, Seleto e Pinheiros e nos tradicionais Rio Branco (Paranaguá) e Londrina. Também vestiu a camisa rubro-negra, como jogador, em 71 e 72, e como treinador em 83, erguendo o título de campeão paranaense. Dirigiu os rivais da capital, Coritiba e Paraná, mas nessas equipes obteve como título mais expressivo o vice-brasileiro da Série B, para o alviverde, em 1995, perdendo a taça exatamente para o Furacão. Tem uma carreira repleta de títulos, principalmente nos três estados do Sul do País e também na Arábia.

Já a alcunha de ?pato novo? recai no mineiro Ney Franco, 41 anos. O atual técnico rubro-negro trabalhou nas categorias de base dos dois principais clubes mineiros (Galo e Raposa), mas iniciou carreira profissional no Ipatinga (MG), em 2005, conquistando o estadual. No ano seguinte, levou a sua equipe novamente a final do campeonato mineiro e semifinal da Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Flamengo, clube que o contratou na seqüência. Pelo rubro-negro carioca disputou e venceu a final da Copa do Brasil (2006) e ganhou o campeonato carioca de 2007. Não teve bom desempenho no time da Gávea neste Brasileirão e foi dispensado no meio deste ano. A ascensão meteórica na carreira faz com que Ney Franco seja considerado um técnico emergente no cenário nacional.

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