Munique – A França é quem vai decidir com a Itália a Copa do Mundo 2006. Ontem, o time francês acabou com o sonho de Portugal e do técnico Luiz Felipe Scolari ao vencer por 1 a 0 (gol da estrela e capitão Zidane, de pênalti) o jogo em Munique, no Allianz Arena. É a segunda vez na história do torneio que os Bleus chegam à partida que decide o título. A anterior havia sido em 1998, quando foram campeões ao bater o Brasil (equipe que tirou da competição também este ano).
Chegar à final do mundial da Alemanha é um feito para um time e a geração de Zidane, Henry, Barthez e outros, que já tem a experiência de ter ganho a Copa há oito anos. E com isso, definitivamente, apagam o fiasco da edição de 2002, quando foram eliminados na primeira fase sem vencer uma partida. A final acontece no domingo, às 15h (de Brasília), em Berlim.
Já aos portugueses, só resta igualar a melhor colocação de sua história no torneio (foi 3.º colocado em 1966), pois disputa esta posição com a Alemanha no sábado, às 16h (de Brasília), em Stuttgart. Esta derrota, por sinal, foi a primeira de Felipão no torneio. Ele conseguiu acumular ainda 11 vitórias (seguidas) e um empate.
Tranqüilos e objetivos
Nos 90 minutos o volume de jogo de Portugal foi maior. Apesar de dividirem o tempo de posse de bola, a equipe lusitana deu mais chutes a gols (7 a 3). Nos momentos em que acertaram o gol, ou o goleiro francês Barthez fez a defesa (algumas em dois tempos) ou a bola passou perto (em chutes de Maniche). Os portugueses chegaram a reclamar de um pênalti de Sagnol em Cristiano Ronaldo, não marcado.
Para quem tinha a impressão de que a França estava morta em campo, puro engano. O time chegava com perigo no ataque (em cruzamentos rasteiros e jogadas pelas laterais), fazendo a bola passar pelos pés de Zidane e Henry, e eis que numa jogada aos 31 minutos do primeiro tempo, Ricardo Carvalho derrubou o atacante. Pênalti que o meia Zidane bateu e marcou o gol, mesmo sem tomar distância.
No segundo tempo o técnico Scolari fez de tudo para ganhar o jogo. Mexeu no time e avançou, criando boas chances de gol. O goleiro Barthez até ajudou (aos 33 minutos), num rebote esquisito numa cobrança de falta batida por Cristiano Ronaldo – Figo errou a cabeçada na seqüência e mandou a bola fora.
Henry diz que franceses foram leões
Munique – Autor da jogada do pênalti, que resultou no gol que deu a vitória à França, por 1 a 0, sobre Portugal, o atacante Thierry Henry elogiou a garra dos jogadores franceses no jogo de ontem, em Munique, pela semifinal da Copa do Mundo.
?Uma coisa que fez diferença foi que depois de marcarmos o gol de pênalti, nos defendemos muito bem. Estivemos como leões em campo e não corremos muitos riscos. Foi possível ver que neste time houve desejo e comprometimento e tudo isto acrescido de técnica. Fomos brilhantes até agora?, disse o atacante, que falou sobre a união do grupo.
?A França é uma equipe. Eu sempre digo que não se trata de brilhar sozinho, mas sim como um time e não importa quem brilha.
Hoje (ontem) tive minha recompensa pessoal, pois fiz parte da jogada em que aconteceu o pênalti?, comentou Henry. O meia Zinedine Zidane, que converteu a cobrança aos 32 minutos, achou que a França ?passou por alguma dificuldade no começo do jogo, mas isto nos fez mais fortes porque nós soubemos lidar com a pressão.? Já o volante Florent Malouda acredita que ?agora é preciso ter seriedade e já se preparar para enfrentar a Itália.?
Zizou supera Ronaldinho
Berlim – Luis Fernandez, o primeiro técnico de Ronaldinho Gaúcho no futebol europeu, poupou o brasileiro de críticas, embora tenha dito que seu rendimento foi bem abaixo do esperado na Copa do Mundo. Mas, ao contrário da maioria, afirmou que o melhor jogador do mundo ainda é Zidane e não o craque do Barcelona.
?O Zidane está provando, na Copa, ser o melhor, é um jogador espetacular?, declarou ontem, no Allianz Arena, em Munique. Fernandez foi treinador de Ronaldinho no Paris Saint-Germain, seu primeiro clube na Europa, a partir de 2001.
Na França, diziam que os dois não se davam bem. Ele nega. ?O Ronaldinho foi bem no PSG, sempre trabalhou com muito profissionalismo?, afirmou. ?Ele foi campeão do mundo (com a seleção brasileira, em 2002) na época em que eu era seu treinador.? O meia-atacante gaúcho não foi mal em Paris, mas só estourou mesmo no Barcelona.
