Em um jogo muito disputado, na abertura do Grupo 4 da Euro, a França parou na retranca da Inglaterra, que saiu na frente com um gol de Lescott, mas não resistiu à superioridade francesa e cedeu o empate, anotado por Nasri. Com o 1 a 1, cada time soma um ponto. As duas equipes voltam a campo no próximo dia 15. A Inglaterra enfrenta a Suécia. Já a França joga com a anfitriã Ucrânia.
A França entrou na Eurocopa disposta a apagar de sua história os recentes vexames, quando foi eliminada na fase de grupos na Euro-2008 e na Copa-2010 -no Mundial, com direito a uma rebelião de jogadores contra o então técnico Raymond Domenech. Laurent Blanc, ex-capitão e campeão do Mundo em 1998 e da Euro em 2000, foi chamado para comandar a reformulação, que tem em Benzema e Nasri os grandes nomes. Deu certo, a seleção está invicta há 21 jogos, com direito a vitórias sobre Brasil, Alemanha e Inglaterra.
Os ingleses chegam ao torneio cheios de problemas. Sem terem se classificado para a última Euro e tendo sido eliminados na Copa da África do Sul pela Alemanha nas quartas de final, o time viu, a três meses da competição, seu técnico, o italiano Fábio Capello, pedir demissão por conta de problemas extra-campo, alegando ingerência da federação local. Ele não concordou com a decisão de retirar do zagueiro John Terry o posto de capitão por causa do julgamento a que será submetido após a Eurocopa por uma acusação de racismo contra Anton Ferdinand, do Queens Park Rangers.
O inexpressivo Roy Hodgson foi chamado às pressas. Mas os problemas não teriam fim. Ele não convocou Rio Ferdinand para evitar a “saia justa” de escalá-lo ao lado de Terry, que teria ofendido seu irmão. Tinha mais dor de cabeça para o novo treinador. Wayne Rooney, suspenso por dois jogos, só entrará em campo na terceira rodada, contra a Ucrânia. E na fase de preparação, Hodgson perdeu por lesão o zagueiro Cahill e os meias Barry e Lampard.
Só que nada disso atrapalhou o time em seu início na competição continental. Com muita pegada no meio de campo e marcando a saída de bola francesa, a Inglaterra tirava a velocidade do jogo, umas das armas da França. Assim, quase marcou quando Milner recebeu livre e driblou o goleiro Lloris, mas ele perdeu ângulo e mandou para fora. A França só chegava através de chutes de fora da área e em bolas altas. Mas sem levar muito perigo.
O jogo estava do jeito que a Inglaterra desejava. E aos 30min ficou melhor. Cobrança de falta perfeita de Steven Gerrard. Diarra falhou e Lescott apareceu para cabecear e abrir o placar. O gol fez os franceses acordarem na partida. Pressionaram e encurralaram os ingleses em seu campo de defesa. Hart evitou o tento de Diarra com grande intervenção. A igualdade, porém, não tardou. Depois de troca de passes nas redondezas da área inglesa, a bola chegou até Nasri, que chutou no canto sem chances para Hart aos 39min.
No fim, o arqueiro inglês ainda parou Benzema e evitou a virada francesa. Para a segunda etapa, a Inglaterra manteve a sua postura defensiva, esperando um contra-ataque ou uma nova bola parada para chegar ao segundo gol. A França seguiu atacando pelos flancos, na tentativa de furar o bloqueio inglês. A Inglaterra não tinha mais saída para os contra-ataques e pior, não tinha objetividade. Para tentar corrigir isso, Hodgson tirou o meia Oxlade-Chamberlain e colocou mais um atacante, Defoe. Para reforçar a marcação trocou um volante por outro, Henderson entrou na vaga de Parker.
Blanc demorou a mexer. Quando o fez, foi para dar mais gás ao seu ataque, sacando o volante Cabaye e o meia Malouda para as entradas do atacante Bem Arfa e do meia Marvin Martin, respectivamente. O time tinha 60% de posse de bola, rodava o jogo de um lado a outro, arrematou mais de 17 vezes no gol, sendo 13 no alvo. Mas os ingleses, satisfeitos com o empate, não queriam jogo. E o placar seguiu sem alteração até o fim.