Com um futebol veloz, envolvente e sem sofrer em quase nenhuma parte do jogo, a França venceu o Uruguai por 2 a 0, nesta sexta-feira, em Nijni Novgorod, e está na semifinal da Copa do Mundo da Rússia. Com calma, o time do técnico Didier Deschamps colocou a bola no chão, se aproveitou da ausência do atacante Edinson Cavani no rival e mereceu estar entre os quatro melhores times do mundo.
Com o triunfo, a seleção francesa avançou para enfrentar o vencedor da partida entre Brasil e Bélgica, que será disputada também nesta sexta-feira, a partir das 15 horas (de Brasília), em Kazan. Caso os brasileiros triunfem, reencontrarão um rival que eliminou a seleção nacional nos Mundiais de 1986 e 2006, em ambas ocasiões nas quartas de final, e também derrotou o Brasil na decisão de 1998. Quarenta anos antes desta final traumática, a seleção brasileira goleou os franceses por 5 a 2 na Copa de 1958.
A partida entre a França e a seleção ganhadora da partida entre brasileiros e belgas será realizada na próxima terça-feira, às 15 horas (de Brasília), em São Petersburgo.
O jogo desta sexta-feira em Nijni Novgorod até que começou equilibrado. Nos primeiros dez minutos, o Uruguai pressionou bem a França, que mostrava alguma dificuldade para manter a posse de bola. A equipe do técnico Óscar Tabárez tentava agredir o adversário, porém, sem muita eficácia – Cavani fazia muita falta ao time, apesar de seu substituto, Stuani, se desdobrar para ajudar Suárez no ataque e ainda voltar para recompor o sistema defensivo do time.
Após essa primeira parte do jogo, já com a maioria da torcida uruguaia quieta, o time francês começou a impor o seu ritmo na partida e criou a primeira boa chance de gol aos 14 minutos. Em uma bola rebatida dentro da área, Giroud ajeitou de cabeça para Mbappé, que estava sozinho, dentro da pequena área, mas cabeceou por cima do gol, fraquinho.
A partir desse lance, a qualidade do jogo caiu. A França tentava avançar com a velocidade de Griezmann e Mbappé, mas o Uruguai bloqueava com eficiência e a bola não chegava redonda para os articuladores do time francês.
Depois de muito tempo sem nenhum dos dois times ter criado nenhuma chance de gol, e após dois cartões amarelos, um para cada time, por faltas mais duras, a França abriu o placar em uma jogada que é uma das principais armas do Uruguai – o cruzamento na área.
Após falta boba de Bentancour, Griezmann levantou com perfeição na área. Aos 39 minutos, o zagueiro Varane “passou por cima” de Stuani, atacou a bola com precisão, cabeceando no canto direito de Muslera, sem chances de defesa para o goleiro da seleção uruguaia, e para festa da pequena, mas barulhenta torcida da França em Nijni.
O Uruguai poderia ter empatado a partida no lance seguinte, em jogada parecida. Após falta de Kanté em cima de Cáceres, a bola foi levantada na área e o próprio Cáceres desviou para o gol, para excelente defesa de Lloris. No rebote, o zagueiro Diego Godín, sozinho dentro da pequena área, chutou por cima do gol.
A segunda etapa começou com a seleção da França mais em cima, arriscando cruzamentos mais fechados para dentro da área, mas o goleiro Muslera saía bem do gol e afastava o perigo. Depois de duas chegadas com mais perigo de sua seleção, mas sem tanta efetividade, o técnico Óscar Tabárez fez duas alterações de uma vez só aos 13 minutos e mandou a campo Cristian ‘Cebolla’ Rodriguez e Maximiliano Gomez.
Só que o Uruguai não teve nem tempo de saber se as alterações do ‘Maestro’ Tabárez dariam certo. Aos 15, Griezmann encontrou espaço na intermediária e arriscou para o gol. O chute foi forte, mas foi no meio, na mão de Muslera. O goleiro do Uruguai tentou espalmar, mas a bola subiu e caiu dentro da meta uruguaia: uma grande falha.
O segundo gol francês acabou com o ânimo dos uruguaios presentes no estádio de Nijni Novgorod e o time francês, com muita calma, apenas rodou a bola, sem pressa, sem cair em provocações. Mbappé e Cristian ‘Cebolla’ Rodriguez se desentenderam e levaram um cartão amarelo cada um perto dos 20 da segunda etapa.
Sem forças para buscar qualquer reação, os uruguaios apenas assistiram à festa francesa em Nijni. Nas arquibancadas, a torcida uruguaia cantava mesmo com a derrota e os franceses celebravam a classificação com muita descrição. A equipe, que foi campeã do mundo em 1998 e que não chegava às semifinais desde 2006, está firme na luta pelo seu segundo título.
FICHA TÉCNICA:
URUGUAI 0 X 2 FRANÇA
URUGUAI – Muslera; Cáceres, Giménez, Godín e Laxalt; Nahitan Nández (Urretaviscaya), Torreira, Bentancur (Cristian Rodriguez) e Vecino; Luis Suárez e Stuani (Gomez). Técnico: Óscar Tabárez.
FRANÇA – Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Lucas Hernández; Kanté, Pogba, Tolisso (Nzonzi), Griezmann (Fekir) e Mbappé (Dembele); Olivier Giroud. Técnico: Didier Deschamps.
GOLS – Varane, aos 40 minutos do primeiro tempo; Griezmann, aos 15 do segundo.
ÁRBITRO: Nestor Pitana (ARG).
CARTÕES: Lucas Hernández, Bentancour, Cristian Rodriguez e Mbappé.
PÚBLICO: 43.319 torcedores.
LOCAL: Nijni Novgorod Stadium, em Nijni Novgorod (RUS).