Muricy Ramalho deixou a impressão, nesta sexta-feira, de que a sua jornada como técnico do Santos deverá se encerrar no final deste ano, quando expira o seu contrato com o clube. Em entrevista coletiva concedida no CT Rei Pelé, após treinamento realizado pela manhã, o treinador admitiu que o último problema de saúde que o acometeu o fez refletir sobre o futuro e serviu como um aviso de que ele precisa descansar um pouco mais após o término desta temporada.
O comandante descartou a possibilidade de encerrar a carreira, mas mostrou preocupação com a sua saúde, que ficou um pouco fragilizada recentemente – ele chegou a ficar internado em um hospital de São Paulo por causa de uma diverticulite. Antes de dirigir o Santos na última quarta-feira, contra o Flamengo-PI, no duelo de volta da primeira fase da Copa do Brasil, na Vila Belmiro, ele não pôde comandar a equipe na partida de ida com o rival do Piauí, em Teresina, e também no confronto diante do União Barbarense, no último sábado, pelo Campeonato Paulista.
“A minha carreira (de técnico) não será tão rápida assim, mas, como eu tive a experiência com o Telê (Santana), não quero ficar como ele ficou. Ele se dedicou demais ao futebol, e em função dessa dedicação, acabou perdendo a vida dele. Sou muito parecido com ele e não quero que aconteça comigo o que aconteceu com ele”, disse Muricy, ex-auxiliar de Telê no São Paulo, sobre o seu mentor, que morreu em 2006, aos 74 anos. Dez anos antes de sua morte, o ex-treinador sofreu um derrame.
Já ao ser questionado sobre a possibilidade de se aposentar no final deste ano, Muricy deixou claro que isso não passa pela sua cabeça neste momento. “Não é assim, chegar no fim do ano e parar. Posso parar uns dois ou três meses, mas não é que vou deixar o futebol, mesmo porque sou novo ainda”, disse o comandante de 57 anos.
Na última vez que renovou com o Santos, Muricy se recusou a firmar um contrato de dois anos, oferecido pela diretoria, tendo em vista a possibilidade futura de o clube estar descontente com ele durante algum período deste compromisso. O treinador, porém, garante estar satisfeito com a sua atual situação na Vila Belmiro. “Gosto de ficar onde me sinto bem. Praticamente moro aqui no CT, e estou feliz no Santos”, assegurou.