Fracasso expõe a má fase do tênis

Belo Horizonte – A derrota para a Suécia por 3 a 1, em confronto pelo playoff da Copa Davis, reflete o atual nível do tênis brasileiro.

Robin Soderling, um tenista sem muitos resultados no circuito e na 35.ª posição do ranking, conquistou duas vitórias em simples sem ter perdido um set sequer. Marcou o ponto decisivo ao superar Flávio Saretta por 6/0, 6/3 e 7/6 (7/4) e colocou o time brasileiro no seu devido lugar: a segunda divisão.

Distante dos anos dourados da era Guga, o Brasil amarga a 4.ª temporada consecutiva sem alcançar o sonhado Grupo Mundial. E o futuro é sombrio. Afinal, com os atuais jogadores: Saretta, Ricardo Mello, André Sá e Gustavo Kuerten, sem condições físicas, as perspectivas de melhores momentos são remotas.

Por sorte, o Brasil em 2007 terá adversários inexpressivos pela frente. Os futuros rivais sairão de uma lista com México, Canadá, Peru, Venezuela e Colômbia. Em todos estes confrontos ainda terá a vantagem de jogar em casa, pois nos últimos anos só jogou fora, o que será bom para animar a torcida e abrir a chance de voltar a disputar um playoff no próximo ano, mas não acrescenta muito ao tênis nacional.

Culpa da imprensa

Sem saber qual será o seu futuro no time, pois garantiu que a decisão é dos jogadores, Fernando Meligeni está certo de ter escolhido a melhor equipe. Contou com os jogadores que mais confiava e acreditava. Apostou em Saretta, que, na verdade, marcou o único ponto do Brasil, mas não poupou críticas à imprensa.

?Uma coisa, eu acho que ficou claro: a Suécia é um adversário de alto nível. A segunda coisa é que vocês (jornalistas) ?bateram? bastante no menino aqui do lado (Saretta) porque a convocação dele gerou um desrespeito muito grande para o jogador de tênis que ele é. Acho que provou que merece todo respeito e um pouco mais de cuidado ao escrever?, disse Meligeni.

?Se a gente quer ter um tênis forte e vocês – referindo-se aos jornalistas – querem continuar trabalhando com o tênis, acho que devem bater palmas quando um jogador merece. A minha escolha foi bem feita porque o melhor jogador dessa Copa Davis foi o Flávio?, desabafou o capitão.

Não contente ainda, Meligeni revelou-se perturbado com a desconfiança da presença de Guga no time, mesmo que o jogador tenha ele próprio declarado estar ainda sem condições de disputar torneios do circuito profissional. ?Eu gostaria que levantasse a mão quem é de opinião que Guga não estava preparado para jogar a dupla e viesse discutir um pouco de tênis comigo?, desafiou Meligeni.

O Brasil conhecerá seus próximos adversários na quinta-feira, dia 28, no sorteio das chaves da Davis de 2007, que se realizará em Roma, na Itália.

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