FPF vira escudo

Dirigentes da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e árbitros acusados de manter o esquema de manipulação de resultados reagiram às acusações do presidente do Prudentópolis, João Batista Ituarte. A FPF negou-se a mudar a escala de arbitragem por causa da pressão do dirigente e ameaçou, indiretamente, impedir a inscrição no clube na Série Prata do ano que vem.

Ituarte disse que foi prejudicado pelo assistente René Stavinski e pelo árbitro Maurício Batista dos Santos, que trabalharam no jogo Prudentópolis 2×3 Toledo, no último domingo. O dirigente reclamou da escalação de um assistente que teria prejudicado o Prude numa partida anterior, conforme declaração de Ituarte ao Tribunal de Justiça Desportiva. Em entrevista publicada por um jornal da capital, o dirigente também atacou Maurício Batista dos Santos, árbitro do jogo de domingo, dizendo que ele ?faz parte do esquema? (de corrupção no apito).

Outro apitador cujas atuações foram questionadas por Ituarte, Nilo Neves de Souza Júnior, está escalado para dirigir a partida do returno entre Prude e Toledo, amanhã. Ituarte chegou a ameaçar não entrar em campo se a escala não for alterada.

Na entrevista, o cartola disse ainda que foi pressionado a pagar R$ 60 mil em troca da classificação do clube, e que o dinheiro iria para a conta de um dirigente da FPF e de dois árbitros. Por causa das negativas, o clube estaria sendo prejudicado em campo, de acordo com o presidente.

Defesa

Moura tomou as dores dos árbitros citados por Ituarte. Defendeu o alto nível de Stavinski, que mora em Guarapuava, argumentado que o árbitro é funcionário de um banco e ganha R$ 10 mil mensais. Batista dos Santos defendeu-se pessoalmente, pouco depois de traçar longo histórico de suas atividades profissionais e desportivas. Ele disse que ninguém o procurou antes da partida entre o Prude e o Toledo, e que Ituarte tenta justificar na arbitragem o insucesso de seu clube. Batista disse que irá acionar judicialmente o presidente do clube do interior.

O presidente da comissão provisória de arbitragem, Paulo César Silva, argumentou que as escalas foram definidas por sorteio, e que a ?cumbuca? do jogo de amanhã entre Toledo x Prudentópolis continha os nomes de Nilo Neves, Francisco Carlos Vieira e Henrique França Triches. A escala não será alterada, garantiu o diretor de arbitragem.

Contragolpe

Moura anunciou na mesma entrevista coletiva que pretende restringir a inscrição de clubes controlados por empresários na Série Prata de 2006. ?São equipes sem vínculo com as cidades, que não devem satisfações a ninguém. Não viraram clubes-empresas, como prevê o avanço na legislação, mas empresas de fundo de quintal?, disse o dirigente, que incluiu a atual administração do Prudentópolis nesta classificação. Este ano, a FPF cedeu as instalações do Pinheirão para a mais característica entres estas equipes mambembes – o Império do Futebol e o Real Brasil, do empresário Aurélio Almeida.

O presidente da FPF disse ainda que o TJD irá convocar para depoimento Ituarte e o supervisor do Prudentópolis, Nelson Boreico.

Federação vai recorrer

O presidente da FPF, Onaireves Moura reiterou ontem que a entidade irá recorrer da decisão do juiz Sílvio Hideki Yamaguchi, da Comarca de Engenheiro Beltrão, que reconduziu Engenheiro Beltrão e Império do Futebol à Série Ouro do Estadual. ?O juiz foi induzido a erro, ou não teve tempo necessário para avaliar a questão?, disse Moura.

O mesmo caso também tramita no TJD, por proposição do Engenheiro Beltrão, e será julgado na próxima terça-feira pela Comissão Disciplinar.

Segundo inquérito

Ontem, o presidente do Engenheiro, Luiz Linhares, enviou fax ao TJD afirmando que não irá comparecer ao depoimento marcado para a próxima segunda-feira. O Tribunal abriu inquérito para investigar as denúncias de um ex-atleta do clube, que em entrevista à Tribuna, no dia 3, declarou que o Engenheiro corrompeu a arbitragem na Série Prata de 2004. O cartola justificou a falta a compromissos particulares. O auditor Paulo César Gradella Filho disse que irá intimar novamente Linhares, e que o dirigente pode ser indiciado com base no artigo 198 do CBJD (?Deixar de comparecer quando regularmente convocado?) se não aparecer novamente.

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