A Federação Paranaense de Futebol parece não ter aprendido com as lambanças do Estadual-2009 e repete uma falha gritante no regulamento da 2.ª Divisão, que começa amanhã com três jogos.
Conforme o artigo 13, o primeiro critério de desempate é a soma de pontos ganhos nas duas fases. Os itens seguintes são “maior número de vitórias” e “maior saldo de gols”, mas o texto não explica se para estes critérios vale apenas a etapa decisiva ou a soma das duas fases.
A mesma redação confusa consta nas normas do Estadual da 1.ª divisão, e pode levar aos tribunais a disputa pela vaga no Brasileiro da Série D, entre J. Malucelli e Nacional.
No ano passado, a Segundona paranaense já terminou em confusão, após o abandono de campo por parte do Operário no jogo contra o Foz, pela última rodada. O caso foi para o tapetão e só foi encerrado no começo de 2009.
Este ano, dez clubes disputam as duas vagas na 1.ª Divisão em 2010. A disputa começa na tarde do feriado de 1.º de Maio, com Operário x Maringá Iguatemi, Francisco Beltrão x São José e AFA Foz x Roma Apucarana.
No domingo, mas pela manhã, para evitar concorrência com as decisões estaduais, jogam Arapongas x Sport Campo Mourão e Portuguesa Londrinense x Serrano. Após nove rodadas, os seis melhores passam para a fase final.
A maior novidade é o fim da restrição de idade, que vigorou em 2007 (até 23 anos) e no ano passado (até 24 anos). Em 2008, a medida caiu por ação judicial do sindicato dos jogadores, mas foi mantida por acordo informal entre os clubes.
Assim, voltam a desfilar pelo interior atletas experientes como o volante Messias, ex-Coritiba e Paraná, da Portuguesa Londrinense, o zagueiro Alan, ex-Coritiba e Rio Branco, do Francisco Beltrão, o beque Albadilon, ex-Paraná, do São José, e o lateral Daniel Marques, ex-Adap Galo, do Roma.
O que não muda é a penúria de muitos clubes. Dois deles desistiram antes de começar: a Platinense e o Real Brasil, do folclórico Aurélio Almeida, que foi se aventurar no futebol do Distrito Federal.
Outros migram de acordo com as oportunidades financeiras, como o AFA, que já jogou em Umuarama e Goiorê e agora fixa-se em Foz do Iguaçu; e o Maringá Iguatemi, que após o veto ao estádio de Nova Esperança jogará em Paranavaí.
Assim, o critério econômico seleciona os favoritos. O tradicionalíssimo Operário, que há anos briga na Segundona, conta com o apoio da fiel torcida ponta-grossense para finalmente voltar à elite.
O Arapongas, agora gerenciado pelo empresário Adir Leme da Silva, ex-Londrina, trouxe o técnico Nei César, que teve boas passagens por Cianorte e Londrina, e jogadores com experiência no futebol paranaense.
O Roma reforçou-se com 12 jogadores que disputaram a Série Ouro pelo Engenheiro Beltrão, além de outros que retornam de empréstimo, como o atacante Edenílson, ex-Paranavaí. E a Portuguesa Londrinense, rebaixada no ano passado, conta com a tradição de sempre chegar longe na Segundona.