A Federação Paulista de Futebol (FPF) não aceitou a indicação de Zagallo, feita pelo Federação do Estado do Rio (Ferj), para uma das cinco vice-presidências da CBF e também apresentou um nome – até a noite desta segunda-feira não revelado – para concorrer ao cargo, vago desde que José Maria Marin assumiu o comando do futebol nacional. O novo mandatário da entidade era vice-presidente da Região Sudeste quando Ricardo Teixeira renunciou à presidência.

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Com a resistência da FPF ao nome de Zagallo, a escolha do novo vice-presidente vai se dar por eleição. Cabe à direção da CBF convocar assembleia que vai reunir as 27 federações e os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro para eleger o sucessor de Marin na Região Sudeste. Mesmo sem saber quem seria o representante paulista, as federações do Norte e Nordeste já disseram que pretendem apoiar o candidato de Marco Polo Del Nero, mandatário da FPF.

A posição da FPF ficou clara nesta segunda-feira, em assembleia para aprovação de contas da CBF, e reflete o racha entre paulistas e outras federações estaduais, lideradas pela do Rio, responsável pelo convite a Zagallo.

Há um “acordo de cavalheiros” entre os presidentes de federação – lembrando que entre eles há uma dama, Rosilene Araújo, da Paraíba. “Cada federação tem direito a um mandato na vice-presidência”, disse Francisco Noveletto Neto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol.

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No entender de Rubens Lopes, do Rio, era sua vez de indicar o nome do vice-presidente do Sudeste (na estranha divisão geográfica da CBF, somente Rio e São Paulo fazem parte desta região). Mas, para Del Nero, a indicação do último vice-presidente – justamente Marin – foi feita em conjunto pelas duas federações.

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“Acho que deve ser uma insanidade alguém rejeitar o nome de Zagallo”, disse Rubens Lopes. Del Nero não quis falar com a imprensa após a assembleia, realizada na sede da CBF, no Rio.

Por trás do impasse, há uma declarada disputa pelo poder. Se Zagallo for eleito, passará a ser o vice presidente mais idoso da CBF. Portanto, o substituto natural e imediato de Marin, em caso de vacância na presidência.

Para Rubens Lopes, a falta de experiência de Zagallo como dirigente não será problema. “Acho que é muito mais difícil administrar uma seleção em Copa do Mundo (Zagallo foi técnico do Brasil no Mundial de 1970, 1974 e 1998) que ser vice de uma instituição que tem todo um colegiado para amparar suas decisões”, defendeu o dirigente.

Mauro Carmélio, da Federação Cearense, já declarou voto: “Acho que Zagallo deveria ser homenageado de outra forma, não com a vice-presidência”.