Mais uma polêmica envolvendo a Federação Paranaense de Futebol (FPF) veio à tona ontem, durante o I Congresso Nacional de Justiça Desportiva. O ex-zagueiro Wilson Piazza, campeão mundial com a seleção brasileira em 1970 e atual presidente da Federação das Associações de Atletas Profissionais (Faap), diz que a FPF se apropriou indevidamente de recursos que deveriam ser repassados à Faap.

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Desde 6 de junho1993, quando entrou em vigor a lei n.º 8.672, conhecida como Lei Zico, clubes e federações têm que repassar à Faap um por cento dos valores de contratos, transferências de atletas e das rendas de jogos profissionais, além das multas aplicadas pelos tribunais de justiça desportiva. Com a promulgação da Lei Pelé (n.º 9.615), que substituiu a Lei Zico em 24 de março de 1998, a determinação continuou em vigor, através do artigo 57.

Segundo Piazza, a FPF recolheu dos clubes os valores determinados em lei, mas

não os repassou para a Faap, configurando apropriação indébita. ?Nunca recebemos um centavo proveniente do Paraná, mas temos os documentos que comprovam que os valores foram recolhidos pela federação há alguns anos. Não sei se isso continua acontecendo, mas já faz dois ou três anos que temos um processo contra a FPF na Justiça?, afirma Piazza.

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A reportagem da Tribuna verificou os borderôs das partidas dos campeonatos estaduais deste ano que estão disponíveis no sítio da FPF na internet. Pelo menos em um jogo Portuguesa Londrinense x Platinense, em 26 de maio, pela Série Prata a indicação ?1% para a FAAP? aparece com o valor preenchido (no caso, R$ 1,10, equivalente a 1% da renda de R$ 110,00 arrecadada na partida, que teve apenas 22 pagantes).

A Tribuna tentou o contato com o presidente da FPF, Onaireves Moura, mas ele não foi encontrado na sede da federação, nem atendeu às chamadas para seu telefone celular.

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A Faap é a entidade nacional que reúne todas as Associações de Garantia ao Atleta Profissional (Agap?s), sediadas nos estados. O objetivo das Agap?s é propiciar meios e recursos necessários para a formação profissional alternativa dos atletas. Para isso, as entidades promovem cursos de qualificação para atletas em atividade e aposentados. ?Procuramos propiciar aos jogadores uma formação alternativa ao mundo da bola, para facilitar sua reinserção na sociedade como trabalhador?, diz Piazza.

No Paraná, não existe uma Agap. Porém isso não torna os clubes e a FPF isentos dos repasses previstos na lei. ?Estamos tentando fazer com que as Agap?s sejam implantadas em todos os estados. Mas sofremos com o descaso do governo, que não arrecada o que manda a lei, nem fiscaliza as arrecadações?, revela Piazza.