O estádio Pinheirão recebeu sinal verde para ser vendido. Ontem cedo, 36 representantes de clubes profissionais, clubes amadores e ligas de futebol autorizaram por unanimidade a Federação Paranaense de Futebol a negociar seu patrimônio.
Das 89 agremiações em condições de votar, apenas 38 compareceram, sendo que Paraná Clube e Corinthians Paranaense só assistiram à assembleia extraordinária, pois enviaram emissários sem procuração de seus representantes legais – presidentes e vices.
Com autorização, a Federação Paranaense de Futebol corre contra o tempo para evitar que o estádio vá a leilão no dia 6 de outubro, por causa de dívida com o INSS.
Se não conseguir fechar negócio até a véspera do leilão, o presidente da FPF, Hélio Cury, disse que tentará protelar a data com uma medida judicial, apresentando justificativa de que o processo para venda já está encaminhado.
“A partir hoje [ontem] à tarde começamos a trabalhar em cima disso. Não temos muito tempo. Terá este leilão no início de outubro e se não chegarmos a uma solução, e o estádio for leiloado, não pegamos nem a metade do valor real”, explicou.
A FPF espera conseguir cifras superiores a R$ 66,630 milhões com a venda do Pinheirão -valor mínimo para a negociação, segundo balanço anual da instituição. Assim zeraria as dívidas que giram em torno deste valor. Se não conseguir algo muito superior, a entidade continuará em débito.
Só de INSS a dívida está em R$ 40 milhões. Há ainda R$ 8 milhões de IPTU devido à prefeitura de Curitiba, além de outros credores que estão batendo à porta da entidade, como o Atlético, que ainda tem R$ 15 milhões a receber, com parcelas mensais pagas através de penhora.
“Não tenho a menor dúvida que passou da hora [de o Pinheirão ser vendido. A cada dia que você acorda a dívida aumenta. E fica sem a mínima condição de administrar a Federação, que é a quinta do Brasil, sem ter nem uma conta bancária”, desabafou Hélio Cury.
Na hora de fechar a negociação não é apenas o dinheiro que vai contar. O interessado deve ter um projeto de espaço esportivo, como prevê a lei municipal de 1969, que concedeu o terreno à federação para construção do Pinheirão. “Fechamos com quem pagar mais e preencher os requisitos daquilo que concebe a lei de doação”, frisou o presidente da FPF.