A Federação Paranaense de Futebol pode perder sua sede na próxima semana, com a realização de mais um leilão, agendado para o dia 2 de maio, por causa de dívidas da entidade. Desta vez, a ação é pela da 2.ª Vara de Execuções Fiscais de Curitiba, para pagamento de parte dos débitos com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), no valor de R$ 4,885 milhões. A dívida total com o INSS é superior a R$ 40 milhões.
Para este leilão, o imóvel, com área total de 2.170,00 m2 foi avaliado em R$ R$ 3,385 milhões. Como não houve arremate na primeira tentativa, realizada no dia 18 de abril, a avaliação perde 40% do valor e o lance inicial passa para R$ 2,031 milhões.
Por determinação do juiz federal substituto, Fabiano Bley Franco, se ninguém adquirir o imóvel neste leilão, uma nova etapa para tentativa de arremate já está agendada para os dias 5 e 19 de setembro. O primeiro lance volta ao valor de R$ 3,385 milhões na próxima tentativa.
Esta é a segunda vez que a sede da Federação está em risco este ano. Porém, na primeira tentativa a entidade conseguiu evitar que o imóvel fosse a leilão no dia 9 de março. O departamento jurídico da FPF alegou que o valor indicado pela Justiça Federal (R$ 2,690 milhões) estava muito abaixo do valor real do imóvel.
Ao contrário do que vinha fazendo, desta vez a Federação não conseguiu impedir o leilão. Neste ano, a entidade já escapou de dois – um da sede e um do Pinheirão – sob a justificativa de que os valores apontados para os leilões eram irreais. Desta vez, no entanto, o juiz Fabiano Bley Branco utilizou uma avaliação apresentada pela própria FPF, entregue à Justiça em fevereiro deste ano, para determinar o lance inicial do leilão.
Em outubro do ano passado, foi o Pinheirão que chegou a ir a leilão, mas a Federação pagou parte da dívida (R$ 2,8 milhões) e conseguiu impedir que o estádio fosse arrematado. Mesmo com o leilão já em andamento, a Federação ainda tenta se livrar da segunda tomada de propostas. “Estamos vendo o que é possível fazer”, disse o presidente Hélio Cury.
Coxa ofereceu R$ 85 milhões à FPF
Em uma das tentativas de evitar que seus bens novamente fossem a leilão, a Federação Paranaense de Futebol afirmou à Justiça Federal que recebeu uma proposta de “um grande clube da capital no valor de R$ 85 milhões” por três áreas que pertencem à instituição. Os valores foram discriminados no despacho do dia 9 de março deste ano, assinado pelo juiz federal substituto a 2.ª Vara de Execuções Fiscais de Curitiba, Fabiano Bley Franco.
Esta foi a primeira vez que se tornou pública a negociação entre Coritiba e FPF, e com valores declarados. Porém, o presidente da Federação, Helio Cury, disse que a questão não passou de uma carta de intenções feita na metade do ano passado e que o despacho em que o valor é citado seria também de 2011. “Isso é do ano passado. Ele usou isso no ano passado. O juiz está equivocado, não tem nada agora”, justificou Hélio. O presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, não respondeu as ligações para se posicionar sobre o assunto.