FPF anula leilão e Pinheirão está livre para ser negociado

A Federação Paranaense de Futebol conseguiu ontem cancelar o segundo leilão do estádio Pinheirão, que estava marcado para hoje, e agora está liberada para negociar com o grupo que fizer a melhor oferta pela área de 124 mil metros quadrados. O destravamento se deu porque a FPF levantou recursos para quitar uma boa parte dívida com o INSS e parcelar o restante do débito em acordo com a Justiça Federal.

O INSS é o maior credor da federação, tendo a receber pelo menos R$ 40 milhões. Os outros credores são o Atlético (R$ 15 milhões) e o IPTU da prefeitura de Curitiba (R$ 8 milhões) com quem a FPF terá de negociar de agora em diante. Ao todo a entidade tem uma dívida de R$ 63 milhões por causa do estádio, mas espera vender a área por R$ 85 milhões.

Marcado para hoje, o leilão seria uma consequência do primeiro, que aconteceu há duas semanas, mas sem que aparecesse nenhum comprador oficial. Só que, desta vez, o estádio poderia ser arrematado por cerca de R$ 33 milhões, um valor bem abaixo do esperado pelo FPF.

Para anular o leilão de hoje, a federação iria tentar a mesma estratégia de duas semanas atrás, quando impetrou pedido de liminar, mas recebeu a negativa da Justiça Federal. Para não sofrer risco de novo revés, a entidade levantou recursos para acertar o débito com o INSS.

Especula-se que o dinheiro tenha sido adiantado pelo grupo que irá comprar o Pinheirão. O próprio presidente da FPF, Hélio Cury, admite que a construtora OAS é a que está mais perto de adquirir a área. A empreiteira baiana pretende construir no local um estádio para 45 mil lugares, em parceria com o Coritiba. Com o destravamento do negócio, a expectativa é que a modelagem do negócio finalmente venha à tona.

Um outro interessado no terreno seria o Grupo Tacla, o mesmo que arrematou o local em 2007, por R$ 11,5 milhões, mas que acabou não levando porque a decisão foi embargada, uma vez que o valor era menor do que valia o local. A diferença é que a empresa pretendia arrematar a área no leilão previsto para hoje, e pela metade dos R$ 66 milhões pedidos no primeiro lance.