A Associação de Equipes da Fórmula 1 (Fota) agradeceu hoje o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, pelo acordo alcançado ontem entre as partes para a realização do próximo Mundial da categoria.
Durante uma entrevista coletiva que havia sido marcada para anunciar o campeonato paralelo das oito escuderias que tinham abandonado a Fórmula 1, os representantes das equipes minimizaram as recentes desavenças com a FIA. “Quando se trabalha junto, há alguns contrastes, mas acredito que se deva agradecer Max e desejar-lhe boa sorte”, declarou o diretor esportivo da Renault, Flavio Briatore.
Mosley também foi elogiado pelo presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, que liderou o grupo das escuderias que se rebelaram no último mês contra a redução orçamentária da Fórmula 1 para a próxima temporada, defendida pela FIA. “O obrigado vai ao Conselho Mundial da FIA pela atenção às nossas propostas e o clima construtivo de ontem, em Paris. Mas vai também a Mosley, a quem conheço há muitos anos e que fez muitíssimo para a Fórmula 1, em particular para melhorar a segurança”, ressaltou Montezemolo.
As equipes da Fota disseram também que trabalharão nos próximos dias para chegar a um acordo com o detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, Bernie Ecclestone. “Um acordo que prevê um balanço entre aquilo que gastamos e o que faturamos”, especificou Briatore.
A crise política na Fórmula 1 teve início com a imposição da FIA de um teto orçamentário de US$ 63 milhões por temporada para cada escuderia. A nova regra fez com que oitos equipes, lideradas pela Ferrari, anunciassem seu desligamento da categoria. Inicialmente a FIA manteve sua posição, prometeu uma resposta judicial contra os times rebeldes e anunciou o Mundial do próximo ano com apenas cinco escuderias, das quais três seriam estreantes.
Mas a posição da federação mudou durante uma reunião realizada ontem, em Paris, com a participação da Fota. A FIA voltou atrás e aceitou manter as regras atuais também para o próximo ano. Assim, as equipes desistiram da ideia de realizar um campeonato paralelo. Além disso, os times se comprometeram em reduzir os custos “entre 15% e 25% até 2011”. Hoje representantes das oito equipes rebeldes se reuniram novamente antes da entrevista coletiva (com exceção de Ross Brawn), para alinhar o discurso sobre o fim do impasse.