Os autores dos projetos dos 12 estádios indicados para a Copa do Mundo de 2014 estarão reunidos hoje e amanhã, em Salvador (BA). Eles participarão do 2.º Fórum de Arquitetos da Copa, que terá como tema a sustentabilidade econômica e ambiental dos estádios que receberão os jogos do mundial do Brasil.
O arquiteto Carlos Arcos, responsável pelo projeto da Arena da Baixada, estará presente no encontro. Em conversa com o Paraná Online, ele diz que esta é a oportunidade ideal para uma troca de experiências entre os profissionais que estão trabalhando diretamente com os estádios da Copa.
“Será a segunda reunião e a idéia é fazer encontros periódicos, onde colocamos como está o andamento de cada projeto. Todos estão tendo experiências diferentes e nessas ocasiões podemos compartilhá-las e melhorar os projetos”, ressalta o autor do projeto da Arena.
A sustentabilidade econômica e ambiental dos estádios será o principal tema do fórum. Durante o encontro, será lançado o projeto Copa Verde, que visa reduzir o impacto das obras no meio ambiente das cidades-sedes. O economista americano Ian Mckee, idealizador do projeto, será um dos palestrantes.
Segundo Carlos Arcos, a questão ambiental está presente em todos os detalhes do projeto da Arena. “Trabalhamos com uma série de medidas para poupar energia. Desde uma bomba de geração até uma lâmpada que diminua o consumo. O objetivo é reduzir em 50% o gasto energético”, revela.
O estádio do Atlético, indicado para ser o palco da Copa em Curitiba, também terá um sistema de aproveitamento de água da chuva. “Vamos tapar o fosso em volta do gramado e usá-lo para captar água, inclusive da cobertura, e tratá-la para irrigação e uso nos banheiros, nas descargas”, diz Arcos.
Economia
A viabilidade econômica dos projetos estará em debate no fórum. A questão tem sido motivo de polêmicas nas últimas semanas, com notícias de que a Fifa poderia descartar duas das 12 cidades-sedes escolhidas. Nem mesmo o desmentido do comitê organizador da Copa diminuiu as especulações.
Sem entrar em detalhes, Carlos Arcos diz que as cidades estão se esforçando para reduzir gastos e tornar os projetos viáveis. “Faremos tudo o que for possível para reduzir os custos, desde que a Fifa aprove. A Arena será o estádio mais barato da Copa”, garante o arquiteto.
Orçado em R$ 138 milhões, o estádio curitibano pode ter seu custo reduzido para cerca de R$ 90 milhões. “A questão econômica não é da minha alçada, mas estamos trabalhando em muitas variáveis. Só teremos o número final em seis meses, quando o projeto final estiver pronto”, afirma Arcos.
De acordo com o arquiteto, Curitiba é a cidade com o projeto mais avançado, mas ainda tem muito trabalho pela frente. “Estamos bem adiantados, mas não tanto quando deveríamos. Vamos cumprir os prazos, mas com esforço. Ninguém pode dormir nesta hora”, conclui.