A ligação de Curitiba com o esporte dito amador é semelhante à condição social da cidade. Algumas boas iniciativas misturam-se com as mesmas carências graves vistas em todos os cantos do País.
A montanha de recursos distribuídos pelo Ministério dos Esportes não se vê nas ruas da capital paranaense. Os espaços disponíveis à formação de novos atletas são quase todos fruto de investimentos dos governos municipal ou estadual ou parcerias com a iniciativa privada.
A natação, por exemplo, que gerou uma medalha de ouro ao Brasil em Pequim, só é praticada em locais particulares, em Curitiba.O Colégio Estadual do Paraná tem uma piscina olímpica e outra de 25 metros, que estão disponíveis apenas à comunidade escolar.
A Prefeitura promete construir uma piscina pública no Sítio Cercado, mas por enquanto é apenas um projeto. O judô, outro esporte colecionador de medalhas olímpicas para o País, também não é oferecido gratuitamente.
Allan Costa Pinto |
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A ginástica artística utiliza ginásios da Paraná Esporte. |
Por outro lado, algumas parcerias mostram bom resultado. O Rexona retirou seu time de vôlei feminino de Curitiba, mas mantém há dez anos 22 núcleos em Curitiba e outras 17 cidades do Paraná, em espaços cedidos pelo governo do Estado. Todos os anos, 3.500 crianças e adolescentes passam pelo projeto.
Em Curitiba, o Centro Rexona-AdeS funciona na sede da Paraná Esporte, no bairro Capão da Imbuia. Ali do lado fica a sede da seleção permanente de ginástica artística, raro exemplos de aplicação de recursos federais na base.
Junto com atletas já conhecidas como Jade Barbosa e Daiane dos Santos, treinam cerca de 700 crianças e adolescentes. A escolinha é coordenada pela Confederação Brasileira de Ginástica Artística (CBG), como contrapartida ao empréstimo dos ginásios da Paraná Esporte à seleção permanente.
Com o final do ciclo olímpico, a seleção foi desfeita. A continuidade depende da eleição para presidência da CBG. Mas a entidade garante que as escolinhas, que já revelaram atletas de nível olímpico (como Khiuani Dias e Ethiene Franco), não serão desativadas. Na sede da Paraná Esporte também há escolinhas gratuitas de basquete, taekwondo, futebol masculino e feminino, rúgbi, tênis e vôlei de praia.
Já a Prefeitura de Curitiba criou este ano o Centro de Desenvolvimento de Basquete, com 1.500 alunos de 11 a 17 anos, e firmou parceria com a Associação de Handebol de Curitiba para ensinar fundamentos a crianças a partir de 7 anos, no Cajuru e Sítio Cercado. Para o mês que vem está prevista a inauguração do Centro de Artes Marciais do Tatuquara, com academias de judô, caratê, boxe, taekwondo e capoeira.