Foram mais de 20 dias de preparação até a estreia no Campeonato Paulista e logo em seu primeiro compromisso oficial na temporada de 2015 o São Paulo já encontra um algoz. O Penapolense, rival deste domingo, às 17 horas, no estádio Tenente Carriço, em Penápolis (SP), eliminou o time tricolor em pleno Morumbi no último Estadual. Mas o cenário de 2014 em nada lembra o atual.
Para se ter uma ideia das transformações sofridas ao longo da última temporada, apenas três titulares do time eliminado no ano passado nos pênaltis começam a partida: Rogério Ceni, Maicon e Luis Fabiano. Talvez nem mesmo o mais fanático torcedor lembre que nomes como Wellington, Osvaldo e o colombiano Pabon estiveram no fiasco.
Se no ano passado o São Paulo dava os primeiros passos em seu processo de reconstrução, a equipe entra na temporada fortalecida por uma base que foi praticamente inalterada em relação ao Campeonato Brasileiro, o que ao menos em tese dá a vantagem de entrar em campo com um entrosamento maior que o dos principais rivais, que passaram por mudanças mais profundas nos elencos e comissões técnicas.
Mas, por aqueles paradoxos que só o esporte é capaz de proporcionar, o São Paulo não entra exatamente tranquilo no estadual. As cobranças públicas do presidente Carlos Miguel Aidar, que disse que o técnico Muricy Ramalho “deve” um título ao São Paulo e será cobrado pessoalmente pelo dirigente, colocam a equipe sob pressão por resultados imediatos.
Enquadrado, o treinador dá de ombros e minimiza as trombetas do chefe. “Procuro pensar em coisas positivas, acho que não temos mais nada para falar sobre esse assunto”. Independente do discurso, Muricy Ramalho sabe que seu trabalho será avaliado com uma lupa de grosso calibre e tropeços não serão bem digeridos.
Apesar de apenas Kaká e Alvaro Pereira terem saído em relação ao time que terminou 2014, Muricy Ramalho deve mudar o esquema e ressuscitar o 4-2-3-1 que naufragou no ano passado. Mesmo sem poder contar com Paulo Henrique Ganso e Souza, vetados pelo departamento médico, a tendência é que o time jogue aberto nas pontas. Maicon herda a vaga do volante enquanto Thiago Mendes entra aberto pela direita. Alan Kardec, que fez os últimos treinos entre os reservas, deve ficar um pouco mais recuado para servir Luis Fabiano.
“Temos uma maneira definida de jogar. Com o Maicon a gente ganha mais saída de bola, o Thiago cumpre bem a função pelo lado do campo e tem muita pegada e chegada e ganhamos nisso. Sem o Ganso perdemos aquela coisa do toque de bola, da profundidade, de jogar o futebol mais bonito. Fica um time mais pegado, mas também com mais velocidade”, analisou Muricy Ramalho.
Além de enfrentar um rival que tem no Estadual a sua única preocupação de momento, os jogadores acreditam que ainda vão sofrer com a falta de entrosamento e principalmente a ausência de ritmo de jogo. Por isso, pedem que a torcida entenda que a equipe estará longe de seus melhores momentos. “Tem que ter um pouco de paciência porque fisicamente precisamos chegar nos 100%”, explicou Luis Fabiano. “Ritmo a gente adquire jogando e só tivemos dois jogos na temporada. Até pegar o ritmo custa um pouco”, emendou o atacante.