Futebol ruim

Fora de campo, clima é pesado no Paraná Clube

Apesar da quarta posição na tabela e praticamente garantindo no mata-mata do Campeonato Paranaense, o Paraná Clube vive um momento conturbado internamente. Após o mau futebol apresentado contra o Toledo, o atacante Giancarlo não poupou palavras para falar sobre a atuação e o momento pelo qual passa o clube, convivendo mais uma vez com salários atrasados.

Sempre sincero, o jogador escancarou essa situação incômoda na sua saída do gramado do 14 de Dezembro, após a vitória sobre o Toledo. Segundo ele, todos dentro do clube precisam se conscientizar de que algo precisa ser modificado para a condição do time melhorar. “Todos têm que ser conscientes, desde o presidente, diretoria, os jogadores, à comissão técnica. Alguma coisa tem que ser feita. Às vezes (o extracampo) pode atrapalhar. E no futebol, o que você planta você colhe. Se queremos algo no campeonato, temos que mudar”, afirmou o atacante.

O jogador classificou a atuação no interior como “vergonhosa”, já que o Paraná enfrentou um adversário na lanterna da competição e já garantido para a disputa do Torneio da Morte. Para Giancarlo, se as últimas atuações forem repetidas, o Tricolor não vai chegar longe no Estadual. “Se com o Toledo foi difícil desse jeito, imagina quando pegar um Coritiba, um Atlético. Algo tem que ser feito de diferente porque desse jeito não vejo perspectiva no nosso time. Se a gente entrar no mata-mata desse jeito, vai ser difícil passar”, alertou.

O técnico Milton Mendes, ao contrário do atacante, mediu as palavras em relação à atuação da equipe, mas não deixou de criticar o futebol apresentado em Toledo. “Valeu mais pelos pontos, porque o jogo foi pobre. Precisamos que nossos jogadores tenham uma mentalidade mais vencedora. Pra jogar no Paraná Clube tem que ter uma mentalidade muito mais vencedora”, cobrou o comandante paranista.

Não foi a primeira cobrança do atacante em relação ao que o Tricolor apresentou dentro de campo. No empate contra o Rio Branco, pela oitava rodada, o camisa 9 deixou o gramado afirmando que precisava ser feito mais e questionou: “Se não conseguir jogar com o Rio Branco, vai jogar com quem?”. No mesmo dia, Milton Mendes foi interrogado sobre o caso e preferiu não entrar em conflito com o jogador.

Na quarta-feira, após o jogo em Toledo, o comandante paranista voltou a pôr panos quentes sobre as declarações do atacante. Milton Mendes confia no jogador e, por ser um dos líderes dentro e fora de campo, não há o que temer. “Não ouvi o Gian. Se ele falou, a pergunta tem que ser feita a ele, mas certamente é algo positivo, porque ele é um dos líderes da nossa equipe. Não acho que esteja colocando lenha na fogueira”, declarou, minimizando a situação.

Giancarlo colocou a diretoria como um ponto que precisa trabalhar para melhorar o ambiente no clube. O jogador admitiu que espera ver a cúpula mais próxima do elenco. Segundo o vice-presidente de futebol, Celso Bittencourt, as declarações do atacante fazem parte de um atleta que chegou ao clube pensando em conquistas. “O Giancarlo manifestou sua preocupação com o todo, inclusive assumindo que cada um poderia ter feito um pouco mais. Ele veio motivado a alcançar alguns objetivos e tem batalhado por isso”, destacou o dirigente, garantindo uma boa relação entre jogadores e comissão técnica.

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