O clássico entre Fluminense e Botafogo valia pouca coisa (apenas a posição dos tricolores nas semifinais da Taça Guanabara), mas assim mesmo uma torcida saiu do Maracanã feliz da vida – e a outra, revoltada. O time das Laranjeiras foi muito superior ao rival, venceu por 3 a 0 e, se não fosse pelas várias oportunidades de gol desperdiçadas, teria conseguido uma goleada histórica.
A vitória deu ao Fluminense a primeira colocação do Grupo B da Taça Guanabara – primeiro turno do Campeonato Carioca -, com 15 pontos, três a mais do que o Volta Redonda. Assim, os tricolores vão enfrentar o Flamengo (segundo do Grupo A) na quarta-feira, em uma das semifinais. A outra vaga na decisão será disputada entre Volta Redonda e Boavista (primeiro do A).
Nas tribunas do Maracanã estava a grande contratação do Botafogo para 2020, o japonês Keisuke Honda. Ele chegou ao estádio quando o placar marcava 2 a 0 e viu seu novo time levar um baile de um dos principais rivais. Essa derrota pode ser um duro golpe para o técnico Alberto Valentim, que já vinha sendo muito criticado pela torcida e agora deverá ficar bem mais pressionado.
O primeiro momento de emoção do clássico foi proporcionado pelo Botafogo, com uma cobrança de falta de Danilo Barcelos que explodiu no travessão. A torcida alvinegra acreditou que aquele era um sinal de que a tarde seria feliz para ela, mas se deu mal. O resto do jogo foi um monólogo do Fluminense.
Nenê, o melhor dos tricolores neste início de temporada, foi decisivo em duas jogadas. Aos nove minutos, emendou de sem-pulo um cruzamento de Gilberto e marcou um golaço. Dez minutos mais tarde, balançou a rede mais uma vez, agora com um chute de fora da área que entrou no cantinho.
Na prática, o clássico acabou ali, já que o Botafogo não mostrou força para reagir. E o novo ataque do Fluminense, formado por Wellington Silva, Evanilson e Marcos Paulo, colocou velocidade no gramado e mostrou que tem potencial para fazer sucesso nesta temporada.
Aos 37, o time tricolor marcou o seu terceiro gol na tarde. Egídio tabelou com Marcos Paulo e cruzou para Wellington Silva superar o goleiro Gatito Fernández com uma boa finalização. E o (pequeno) público que foi ao Maracanã percebeu que poderia presenciar uma grande goleada.
Na verdade, a tal goleada só não aconteceu porque Gatito salvou o Botafogo no começo do segundo tempo. Foram três excelentes defesas, a melhor delas aos nove minutos. Wellington Silva avançou em velocidade, ficou cara a cara com o goleiro e tentou pegá-lo no contrapé, mas o paraguaio conseguiu desviar a bola com a perna esquerda.
Com o Fluminense satisfeito e o Botafogo conformado, o clássico foi perdendo a emoção e os minutos finais se mostraram arrastados. Para os alvinegros, o apito final trouxe uma indisfarçável sensação de alívio, pois eles sabem que a derrota poderia ter sido muito pior.
FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 3 X 0 BOTAFOGO
FLUMINENSE – Muriel; Gilberto, Luccas Claro, Digão e Egídio; Henrique, Yuri (Pacheco) e Nenê (Paulo Henrique Ganso); Wellington Silva (Caio Paulista), Evanilson e Marcos Paulo. Técnico: Odair Hellmann.
BOTAFOGO – Gatito Fernández; Barrandeguy (Thiaguinho), Marcelo Benevenuto, Carli e Danilo Barcelos; Caio Alexandre (Alex Santana), Cícero (Igor Cássio) e Bruno Nazário; Warley, Luís Henrique e Pedro Raul. Técnico: Alberto Valentim.
GOLS – Nenê, aos 9 e aos 19, e Wellington Silva, aos 37 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO – Wagner do Nascimento Magalhães.
CARTÃO AMARELO – Igor Cássio (Botafogo).
RENDA – R$ 498.545,00.
PÚBLICO – 14.096 presentes (12.665 pagantes).
LOCAL – Estádio Maracanã, no Rio (RJ).