O Fluminense pode voltar a conquistar um título nacional nesta quarta, depois de 23 anos de espera. Para tanto, precisa vencer ou empatar por dois ou mais gols com o Figueirense, às 21h45, no Estádio Orlando Scarpelli, na finalíssima da Copa do Brasil.

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Só que o Figueirense entra com força total na decisão: não há ninguém suspenso ou contundido, e o técnico Mário Sérgio contará com todos os jogadores do grupo. Mesmo assim, ele manteve o mistério costumeiro, fechou o último treino para a imprensa e se recusou a revelar a equipe titular.

Mário Sérgio, no entanto, deve repetir o esquema 3-6-1 adotado nos últimos jogos, inclusive na primeira rodada das semifinais, quando o time bateu o Botafogo por 2 a 0 em casa.

Na partida de ida, semana passada, os dois clubes ficaram no 1 a 1, no Maracanã. Caso o placar se repita, o título, inédito para ambos, será decidido nos pênaltis, o que nunca aconteceu numa decisão da competição, disputada desde 1989. Empate em 0 a 0 dá o título ao Figueirense, que fez um gol no campo do adversásrio. O Fluminense conquistou seu último título de expressão nacional em 1984, o Campeonato Brasileiro, numa decisão carioca contra o Vasco.

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"Não posso entrar em campo, mas estou com o elenco para o que der e vier. Chegou o esperado momento e tenho certeza de que a equipe dará conta do recado", disse o técnico Renato Gaúcho, que busca seu primeiro troféu como treinador justamente no clube que o lançou na função.

Em 2006, no comando do Vasco, ele perdeu a final da Copa do Brasil para o Flamengo. O Fluminense também já foi vice-campeão dessa competição por duas vezes: em 1992, derrotado na decisão pelo Internacional, e em 2005, diante do Paulista, de Jundiaí, que fez a festa em pleno Maracanã. "Não tenho medo de nada. A gente precisa ter confiança. Já roemos muito o osso e chegou a hora do filé", disse Renato, usando um velho chavão.

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Renato vive intensamente essa decisão e não é para menos: se conquistar a Copa do Brasil, estreitará ainda mais sua relação com o clube das Laranjeiras. Vale lembrar que, em 1995, ele fez o gol de barriga que deu ao Fluminense o título do Campeonato Carioca sobre o Flamengo. "Tenho dormido muito pouco", disse, ansioso para o início da partida. "Tudo que poderíamos ter feito já fizemos. Chegamos com mérito e agora só falta pôr em prática o que treinamos.

Renato Gaúcho adotou uma estratégia comum no futebol às vésperas de uma decisão: guardou a escalação a sete chaves. "Ao divulgá-la antecipadamente, facilito o trabalho da imprensa, mas também adianto o do Figueirense. Quanto mais eu esconder o time, mais dificuldades o adversário terá.

Apesar do mistério, o treinador deve fazer apenas uma mudança no time em relação ao jogo de ida: o zagueiro Luiz Alberto, com dores musculares no abdome, foi vetado e cede lugar para o experiente Roger. "A torcida pode ficar tranqüila: verá em campo um time guerreiro e buscando o resultado o tempo todo", disse Renato Gaúcho.

Já a torcida do Figueirense não tem dúvida do que esperar de seu time: esgotou os ingressos uma semana antes do jogo, na última terça-feira, mesmo dia em que as vendas começaram.

Os ingressos, que custavam de R$ 20 a R$ 25, agora só são encontrados nas mãos de cambistas, a um preço que pode chegar a R$ 150.