Flu lança projeto Romário 2003

Com a eliminação no campeonato brasileiro, a diretoria do Fluminense pensa agora em manter o elenco e a comissão técnica para a próxima temporada. O maior desejo dos dirigentes é a permanência do atacante Romário. O contrato do jogador termina no fim deste mês e será preciso um novo entendimento com o patrocinador, responsável pelo pagamento dos salários.

Apesar do tratamento diferenciado e das regalias, Romário foi o artilheiro do Fluminense no Brasileiro, com 16 gols, além de se destacar na armação das jogadas de ataque. Brigou com o zagueiro Andrei, na derrota para o São Paulo, durante a primeira fase, e desde então (14 de setembro), não fala com a imprensa. Mesmo assim, manteve sua fama de ídolo diante da torcida.

O procurador de Romário, Luisinho Moraes, disse ontem que seu cliente foi bem recebido pelo Fluminense, mas que só “Deus sabe o futuro”. “Ele tem jogado por motivação, já que é um apaixonado por futebol e sempre pensa em conquistas”, afirmou Moraes, lembrando que o Tricolor não só foi eliminado do Brasileiro como não vai disputar a Taça Libertadores em 2003. Com a vitória do Grêmio sobre o Santos, o time carioca perdeu a vaga na competição. Luisinho não descartou a possibilidade de um retorno ao Flamengo.

Renovações?

Além de Romário, outros 13 jogadores terão o contrato se encerrando no fim desse mês. Entre eles, o meia Beto e os atacantes Roni e Magno Alves. Este último desembarcou no Rio ontem reclamando dos salários atrasados. Ele chegou a dizer que não se lembra a última vez que viu a cor do dinheiro. O Fluminense deve três meses de salários somados aos oito meses do direito de imagem.

O primeiro a se reunir com a diretoria tricolor para tratar da renovação será o técnico Renato Gaúcho, que acabou convencendo no cargo após um início conturbado. O treinador deseja continuar no comando da equipe, mas condicionou sua permanência a mudanças no Departamento de Futebol e na estrutura do clube. Além disso, os salários atrasados podem ser um obstáculo para garantir Renato em 2003.

Eliminado, Flu encara problemas

Desclassificado na semifinal do Campeonato Brasileiro, sem vaga na Libertadores 2003, com os salários dos jogadores atrasados há três meses, o Fluminense desembarcou na manhã de ontem no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio. Depois de alimentar o sonho do título nas últimas semanas, honrando o futebol carioca, elenco e diretoria voltam à realidade e agora têm de administrar os problemas e planejar a próxima temporada.

O primeiro jogador a desembarcar foi o atacante Romário, que não fala com a imprensa há mais de dois meses. O Baixinho atravessou o saguão do aeroporto em silêncio e entrou rapidamente em um táxi, acompanhado por um amigo e um dos seus assessores de imprensa.

Em seguida, saiu o técnico Renato Gaúcho. Mantendo o estilo, Renato evitou dizer se seu futuro será nas Laranjeiras, mas não escondeu que pretende continuar no clube. “A diretoria me procurou para tratar do assunto há alguns dias, mas eu preferi deixar para depois do campeonato, porque estávamos concentrados no título. Agora, temos de conversar. Mas, qualquer grande treinador tem o desejo de dirigir o Fluminense”, disse Renato.

O desejo, porém, não é compartilhado pelo meia Beto. No desembarque, o jogador, que foi contratado junto com Romário por exigência do atacante, revelou que não tem planos de permanecer nas Laranjeiras. “Minha meta era somente o Brasileiro pelo Fluminense e depois o exterior”, afirmou.

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