Ele voltou, depois de quatro anos. Agora naturalizado mexicano, o zagueiro Flávio retornou ao Coritiba para lutar por uma vaga na defesa – justamente a aberta por um dos dois únicos jogadores “da época dele”, o capitão Reginaldo Nascimento.
Aos 27 anos, ele retorna mais maduro, e cumprindo a promessa que fizera ao ir para o México: quando voltasse para o Brasil, seria para o Coxa.
Ao sair do Alto da Glória, após o final do campeonato paranaense de 2000, Flávio fizera um ?auto-compromisso?. “Eu tinha prometido a mim mesmo que depois de ficar um tempo fora do país, eu retornaria para o Coritiba”, confessa. A recepção calorosa no CT da Graciosa deixou o zagueiro certo da escolha. “Eu sabia que as portas do clube tinham ficado abertas para mim”, afirma.
Foram quatro temporadas jogando pelo Monterrey. “Foi uma experiência muito importante na minha vida. Saí para o exterior uma pessoa e voltei outra”, comenta Flávio. Ele foi treinado por profissionais conhecidos, e com um deles – Daniel Passarella – conquistou o título nacional em 2003. “Depois de dezessete anos, o Monterrey venceu um campeonato”, ressalva o zagueiro.
Flávio conseguiu tanto reconhecimento por lá que acabou sendo sondado inclusive para defender a seleção mexicana – coisa que não aconteceu, pois ele já defendera o Brasil em 1998. Mas, mesmo assim, o zagueiro naturalizou-se. “Era uma situação de dificuldade para mim, e a naturalização foi muito importante. Acabei conseguindo várias coisas pelo fato de ser cidadão mexicano”, comenta.
E, apesar disso, ele não é considerado estrangeiro. “Eu não perco a minha naturalidade”, diz Flávio, nascido em Siqueira Campos. Por isso, não seria necessária – em tese – a expedição de um visto de trabalho. Da mesma maneira, o novo zagueiro coxa também não contaria como ?gringo? no elenco alviverde, que já tem o zagueiro uruguaio Esmerode e o atacante colombiano Aristizábal.
Melhor para ele e para o técnico Antônio Lopes, que ganha um jogador que já estava em seus planos desde 97. “Eu o vi jogando no Coritiba no início da carreira (Flávio começou no Coxa em 92, e profissionalizou-se em 96), e indiquei-o para o Vasco, antes mesmo do Odvan e do Mauro Galvão serem contratados. Agora ele está aqui de volta, e vai ser um jogador muito importante na seqüência do Brasileiro”, diz o Delegado. E alegria do outro ?contemporâneo? de Flávio, o volante Ataliba. “É mais um amigo no grupo, além de um ótimo zagueiro. O Coritiba está de parabéns”, resume.
Lopes repete o time contra o Santos
Depois da Copa América, e da confusão que promoveu na tabela e nas datas do Brasileiro, o campeonato volta ao normal esta semana. E o Coritiba, de “prêmio”, ganha o Santos, adversário de quinta, às 20h30, na Vila Belmiro. Mas, aproveitando o bom momento (quatro jogos de invencibilidade) e a ausência de lesionados e suspensos, o técnico Antônio Lopes já confirmou a equipe que enfrentará o líder da competição.
Diferente dos últimos jogos, quando teve que montar verdadeiros quebra-cabeças para escalar o Coxa, o treinador agora só tem Reginaldo Nascimento fora. Como ele aprovou o rendimento alviverde contra o Botafogo, não há porque mexer. “O time está definido, com a mesma formação de sábado”, avisa Lopes, que mantém Aristizábal no banco e Alemão como titular.
Além do colombiano, o Delegado terá como opções de banco os laterais Adriano e Jucemar. O primeiro se reapresenta hoje após o título da Copa América com a seleção brasileira, enquanto o segundo retorna após cumprir suspensão automática. Como Ricardo ainda sente dores musculares, ambos são opção para Lopes alterar a equipe. “Só vou trocar jogadores se tivermos problemas médicos”, afirma.
Caso isso aconteça (Ricardo foi poupado do coletivo de ontem), há duas opções de modificação. A primeira é a natural, com o retorno de Adriano. A segunda seria a entrada de Jucemar na direita e a passagem de Rafinha para a esquerda – foi dessa forma que o time titular atuou ontem.