Flávio garantido. E com contrato renovado por duas temporadas. O fim da novela ocorreu ontem pela manhã, numa reunião entre o goleiro e a diretoria do Paraná Clube. Foi o ?dia do fico? para o Pantera, maior referência do clube nas últimas temporadas. Aos 35 anos, Flávio faz planos para o Paranaense, confiante na conquista de um título que o Tricolor vem perseguindo há quase uma década. ?A meta é recuperar a hegemonia do Estado. Um clube como o Paraná não pode ficar tanto tempo sem um título?, afirmou.
A última conquista foi em 1997, ano em que o Tricolor comemorou um inédito pentacampeonato. ?Ao contrário de anos anteriores, estamos com um grupo forte e que vai emplacar?, disse Flávio. Será o terceiro estadual do goleiro com a camisa paranista e ele avisa: ?Só lutar para se manter na primeira divisão, nem pensar?. A segurança de Flávio está na forma como a reformulação do grupo foi conduzida. ?Hoje em dia é muito difícil segurar um mesmo time por várias temporadas. Mas, o Paraná tem uma base e se reforçou.?
O alagoano Flávio Emídio dos Santos Vieira fixou residência em Curitiba e deixa clara a sua intenção de não mais sair da cidade que ?adotou? há mais de uma década, quando foi contratado pelo rival Atlético. ?Minha família gosta daqui. Tenho uma vida em Curitiba e por isso estou feliz com este acerto. Recebi propostas até mais vantajosas, mas a preferência foi sempre o Paraná Clube?, assegurou.
O goleiro é proprietário de mais de uma dezena de imóveis na capital paranaense, mostrando que a rigidez com que administra sua carreira vale também na vida pessoal.
Contratado pelo Paraná para a disputa do Brasileiro de 2003 – após uma rápida passagem pelo Vasco, onde pouco jogou – Flávio foi logo conquistando a confiança do exigente torcedor paranista, que via no Pantera um novo ídolo, do porte de Régis, goleiro que marcou época no clube no início dos anos 90s.
A expectativa se confirmou, mesmo sem a conquista de títulos. Flávio foi peça-chave no bom desempenho da equipe naquele ano.
Resistiu ao mau momento do clube em 2004 e no estadual de 2005, quando o clube esteve seriamente ameaçado de rebaixamento. A volta por cima veio no Brasileiro do ano passado. Flávio coroou sua ótima fase sendo o goleiro menos vazado da competição, um feito inédito em uma carreira marcada por conquistas. ?Foi um ano excepcional, mas pode ser melhor. Vamos em busca desse título, já projetando mais uma boa campanha no Brasileiro?, disse. É o Pantera, mais tricolor do que nunca.
Barbieri arma time pra sair no contragolpe
Não foi um treino de encher os olhos. Mas o técnico Luiz Carlos Barbieri gostou do trabalho tático de ontem à tarde, quando praticamente definiu a equipe para a largada do Campeonato Paranaense, amanhã – às 20h30, no Pinheirão – frente ao Roma, de Apucarana. Com algumas interrupções, onde pediu maior dinamismo no toque de bola, o treinador procurou armar uma equipe coesa, capaz de marcar forte e sair com velocidade.
?Faltou entrosamento e nem poderia ser diferente. Foram só dois treinos em conjunto (um deles, ontem pela manhã) e o time está bastante modificado?, analisou Barbieri. Além da falta de sincronia, a preocupação do treinador é com a questão física, já que foram apenas oito dias de pré-temporada, com avaliações fisiológicas e pouco tempo para ministrar treinos com bola. ?Tivemos que queimar etapas e o conjunto será adquirido nos jogos. Isso, lá pela 6.ª rodada?, acredita o comandante paranista.
Além das dificuldades já esperadas, surgiu um imprevisto. O zagueiro Gustavo não terá condição de jogo para esta primeira rodada. Até ontem, o presidente do CRB se mantinha intransigente e não assinou a liberação do atleta. No contrato que Gustavo tinha com o clube alagoano, há uma cláusula em que surgindo proposta de um clube da Série A, o contrato seria rescindido. ?Espero que isso seja solucionado o quanto antes?, disse o jogador. Sem Gustavo, o técnico escalou João Paulo na zaga, ao lado de Neguete e Émerson (cuja documentação será regularizada ainda hoje).
No coletivo, o técnico processou três alterações e duas delas estão confirmadas para a estréia. Darci, Sandro
e Leonardo começaram o treino no time principal, mas apenas Sandro inicia o jogo. Flávio será o ?dono? da camisa 1 e Vandinho começa a temporada como titular. Ele está em melhor forma física do que Leonardo, que fica no banco. O provável time para o jogo de amanhã é o seguinte: Flávio; Neguete, Émerson e João Paulo; Parral, Rafael Muçamba, Goiano, Sandro e Rodrigo Alvim; Fábio e Vandinho.
Mário César descartado pela diretoria
Se Flávio fica, Mário César está fora dos planos. O vice de futebol José Domingos descartou a renovação com o jogador, diante das exigências do Nova Iguaçu-RJ, clube ao qual os direitos federativos do volante estão vinculados. A equipe carioca estaria exigindo compensação financeira pela liberação do atleta, o que inviabilizou a transação. ?O Mário César chegou a acenar com a possibilidade de voltar no Brasileiro, mas aí somos nós que não queremos. Muita coisa pode acontecer até lá e novos nomes surgirão, com certeza?, afirmou Domingos.
A princípio, o Tricolor não investirá em outro volante. Além de Rafael Muçamba e Goiano, que enfrentam o Roma, amanhã, o clube conta com Beto e Da Silva (que retorna às origens, após algum tempo treinando como zagueiro). ?Além disso, temos o Jefferson, que vem fazendo bons treinos, e o Xaves, dos juniores?, explicou o dirigente.
As atenções do Tricolor, no momento, estão voltadas para outras posições, mais carentes. Dois reforços podem ser apresentados ainda hoje. O clube estaria com um lateral-esquerdo e um atacante em estágio avançado de conversações, faltando apenas a vinda dos atletas a Curitiba para a assinatura dos contratos. Ao que tudo indica, seriam atletas jovens e do interior paulista, principal campo de observações do Tricolor.
