continua após a publicidade

Pantera diz que esperava
mais reconhecimento por
parte da diretoria tricolor.

Uma despedida melancólica. Não houve acerto financeiro e o goleiro Flávio está fora do Paraná Clube. Mesmo evitando críticas pessoais, o Pantera deixou clara a sua frustração. Afirmou que não houve "reconhecimento profissional" por tudo que ele fez nestes quase dois anos de clube. Mesmo sem nenhum título conquistado, foi um dos jogadores mais efetivos ao longo deste período e um dos responsáveis pela permanência do Tricolor na primeira divisão do futebol brasileiro.

"Agradeço à força que recebi no clube e à torcida, que sempre me apoiou", disse Flávio. O goleiro chegou ao Paraná Clube em 2003, como um dos reforços de maior expressão naquele momento. Tinha em seu currículo o título brasileiro de 2001, jogando pelo Atlético. "Fizemos um grande campeonato, chegando à melhor colocação do Paraná em nacionais", lembrou. Iniciava aí um momento crítico na carreira do jogador.

Flávio foi o único titular a permanecer no clube. "Fui profissional e encarei a dificuldade com muita coragem. O time tinha apenas atletas desconhecidos e garotos dos juniores." Para o Pantera, seu custo-benefício foi baixo ao longo dessas duas temporadas. "Por mais que a campanha do Paraná não tenha sido muito boa, alguns jogadores se destacaram. Só queria uma valorização", comentou.

continua após a publicidade

A diretoria não cita valores, mas a diferença gira em torno de R$ 7 mil. "Só sei que o que pedi não está fora daquilo que o clube pode pagar." O vice de futebol José Domingos discorda. "Não poderíamos comprometer nosso orçamento, que já é restrito, com apenas um jogador. Chegamos ao nosso limite e o Flávio sabe disso", comentou.

A diretoria evitou citar nomes, mas Wilson Júnior está praticamente acertado. O goleiro, formado nas categorias de base do Corinthians, disputou o último paulista pela União Barbarense e depois transferiu-se para o Atlético Sorocaba. Wilson passou recentemente por cirurgia de púbis, mas, segundo informações, está recuperado.

continua após a publicidade

Enfim, uma chance para Darci

A bola da vez é Darci. A situação ficou bem definida pela comissão técnica tricolor a partir do desligamento oficial de Flávio. Mesmo reconhecendo a necessidade de se trazer outro goleiro, o técnico Paulo Campos não fez exigências em relação à experiência deste novo atleta. "O Darci já provou sua condição quando foi exigido e agora terá a chance de mostrar suas qualidades", resumiu.

Sem temor da responsabilidade, Darci encara com naturalidade a situação. Tanto que ele já havia exposto à diretoria sua intenção de ser emprestado caso Flávio permanecesse. "Isso estava bem definido na minha cabeça. Preciso jogar e não vou desperdiçar essa chance", assegurou. Aos 25 anos, Darci Afonso Jacobi Júnior acredita ter amadurecido muito nas duas últimas temporadas.

Se a última impressão é a que fica, Darci começa bem a temporada. Ele foi o titular no jogo frente ao Internacional, na última rodada do Brasileirão e foi o destaque do Tricolor – apesar da derrota – com várias intervenções, mostrando reflexo e técnica. "Agora, é ter uma seqüência para que eu possa me firmar e conquistar o carinho da torcida", finalizou o goleiro. Catarinense de Guaramirim, norte do Estado, Darci terá como "rival" o irmão Júlio César. Com as saídas de Flávio e Bader, é certo que o goleiro será efetivado como o terceiro goleiro paranista.