Flávio já treina normalmente
na Vila Capanema e joga.

A estréia de Flávio está confirmada. O goleiro será a atração do Paraná Clube no clássico de domingo, às 16 horas, no estádio Pinheirão. O técnico Cuca preferiu não fazer rodeios e antecipou a presença do jogador contra seu ex-clube.

O mesmo não vale para o restante do time. Sem dois titulares e um suplente imediato, o treinador só disse pelo menos seis opções para a composição do meio-de-campo e do ataque. Apenas a defesa já está pronta, apoiada pelo bom rendimento em Santos.

O primeiro dia de treinos na semana no clássico foi direcionado para a preparação física. Após o treino “puxado” da manhã, a comissão técnica preferiu não exigir demais do grupo e à tarde houve um rápido treino técnico. A equipe começa a ser formada a partir da tarde de hoje, com um treino tático programado para o Pinheirão. Cuca tem afirmado constantemente que gosta de armar seu time em função do adversário e por isso ainda estuda a melhor estratégia a ser adotada no fim-de-semana.

“Se pudesse, escalaria o mesmo time da estréia, pois houve uma boa compactação”, comentou. Sem Émerson, expulso na primeira rodada, Cuca pode optar pela simples entrada de outro volante ou até ousar, escalando um meia mais agressivo. César Romero já atuou frente ao Santos – quando substituiu o lateral Fabinho – e é a primeira alternativa caso o esquema não seja alterado. O volante Wiliam “corre por fora” nesta disputa. Cuca porém, pode tornar seu time mais agressivo utilizando o meia Fernandinho, destaque do campeonato catarinense desta temporada, jogando pelo Caxias.

“Em Santa Catarina, joguei mais recuado do que o normal, como um terceiro volante”, lembra Fernandinho. Com ele, a tendência é que o time tenha maior volume no ataque, que só tem um jogador confirmado: Renaldo. O treinador também tem três alternativas para o setor, os recém-contratados Caio e Rodrigo Silva ou o experiente Dauri. “Estou pronto, só esperando uma chance”, afirma Dauri, que vê o time em um bom momento. “No Paranaense, todos foram mal, inclusive eu. Foi um problema coletivo. Com a equipe bem, não vou decepcionar”, garante. Caio pode ser escolhido pelo que realizou no início da temporada no Ituano, jogando mais à frente.

Cuca já antecipou que não pretende “abrir o jogo” e a tendência é que estas indefinições sejam mantidas até domingo. “Não há pressa. Temos tempo para escolher a melhor equipe, a formação mais equilibrada para um jogo tão importante”, finalizou Cuca.

Cuca aposta na redenção da equipe

O batismo de fogo foi em Santos, diante do atual campeão brasileiro. Apontado como mero coadjuvante, o Paraná chegou a estar vencendo por 2×0 e só cedeu empate após ter jogadores expulsos. Esta, porém, foi apenas a primeira batalha do jovem time de Cuca, num extenuante campeonato brasileiro disputado em 46 rodadas. O treinador, de 39 anos, identificado com a cidade e com o Estado, foi contratado com a missão de resgatar a imagem do clube no cenário nacional, abalada pelos recentes fracassos. A luta está apenas começando. Ontem, ele conversou com o Paraná-Online.

Paraná-Online: Você encontrou um grupo em baixa. A recuperação do clube é a meta final?

Cuca: Fizemos um jogo bom em Santos, mas há muito a se trabalhar. O comportamento foi aquele que o torcedor gosta de ver. Um time dedicado, se empenhando. Os jogadores ainda sentem o cansaço após jogar vinte minutos com dez jogadores e mais dez com somente nove atletas em campo. Isso frente a um adversário qualificado e em ritmo de competição. Temos muito a evoluir ao longo da competição. Estou confiante.

Paraná-Online Qual foi o direcionamento dado no momento da reformulação do elenco?

Cuca: Foi uma situação muito difícil, pois foram tirados 14 jogadores do grupo e tivemos, até aqui, sete contratações. Todos os que vieram encaixam-se no orçamento do clube, pois assim há garantia de que os compromissos serão honrados. Estamos expostos a erros ao trazer jogadores com este perfil. O que não pode haver é erro do profissional, que deve sempre atuar com garra e determinação. E, sob esse aspecto, acredito que trouxemos as peças certas.

Paraná-Online: O clube procurou trazer atletas “rodados”, não em idade, mas sim em experiência…

Cuca: Trouxemos primeiro os jogadores maduros, o Renaldo e o Sandro Blum. O pessoal até ficou “cabreiro”… Na seqüência, vieram o Milton, o Caio, o Rodrigo, o Fernando. Procuramos aliar juventude e experiência. O Renaldo já mostrou sua qualidade e o Sandro deve ser utilizado na seqüência, pois é um líder. Apostamos no caráter desses jogadores.

Paraná-Online: É muito difícil planejar 46 jogos?

Cuca: É dificílimo. Quando estamos numa situação emergente, é melhor planejar jogo a jogo. Não adianta ficar pensando no que possa ocorrer daqui a seis ou dez jogos. Pensamos primeiro no Santos e agora estamos planejando o jogo contra o Atlético. Quando estivermos lá pela quinta rodada, aí sim damos uma parada para ver em que situação nos encontramos. Nesse momento é possível planejar, pois já teremos um padrão de jogo e um time já definido.

Paraná-Online: Você gosta de alterar esquema de jogo e até mesmo formação do time em função do adversário?

Cuca: Acho muito viável e necessário numa competição tão difícil quanto esta. Time que for jogar na Vila Belmiro, contra o Santos, com três zagueiros, não dá conta. Eles jogam com três atacantes, pois têm total confiança na qualidade dos seus homens de frente. É preciso que tenhamos uma variação de sistema. Daqui a pouco vamos enfrentar um time que utiliza o 3-5-2 e é possível adiantar ou atrasar um dos seus volantes para que haja encaixe, sem a necessidade da troca de peças. Somente uma adaptação do esquema.

Paraná-Online: A crítica nacional coloca o Paraná como um dos possíveis rebaixados. Isso magoa?

Cuca: Lá em Santos, era coisa para 4 ou 5. Quando o jogo acabou, não sossegaram e disseram que era para 6, mas foi 2×2. Não adianta falar. Quando saímos daqui, pensávamos em buscar um ponto. Voltamos de lá felizes e tristes ao mesmo tempo, pois perdemos dois pontos. E isso num primeiro jogo, com uma equipe ainda desentrosada e com o moral baixíssimo. Treino a treino estamos evoluindo, pegando confiança.

Paraná-Online: E o clássico?

Cuca: É especial. Motiva a imprensa, os treinadores, os jogadores e principalmente os torcedores. É uma semana diferenciada, onde temos que trabalhar com os pés no chão, com firmeza e ter uma disposição enorme do domingo para poder vencer.

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