Pro técnico Cuca, Flávio tem condições de ser um excelente líbero. |
"O Flávio é importantíssimo no nosso sistema de jogo". A declaração positiva do técnico Cuca comprova a boa fase do zagueiro, que assumiu a posição de líbero do Coritiba após a alteração do esquema tático.
E se teve esta função em poucas oportunidades (ficou de fora da última partida por causa de uma lesão), ele conseguiu ser o que o treinador esperava: um jogador com capacidade de antecipação, bom trabalho nas bolas altas e com qualidade para sair jogando.
Em resumo, são estas as virtudes esperadas em um líbero desde que o estilo foi ?redefinido? nos anos 70 por Beckenbauer e Krol, e reforçado na década seguinte por Morten Olsen e Franco Baresi. Dentro do elenco alviverde, Cuca vê Flávio como o único jogador com possibilidade de atuar nesta função – pelo menos por enquanto. "Não posso dizer isso porque preciso estudar ainda mais o grupo, mas garanto que o Flávio sabe jogar por ali".
Melhor para o zagueiro, que voltou a jogar como no futebol mexicano. No Monterrey, chegou a ser sondado para jogar na seleção local, o que não aconteceu porque Flávio já atuara pela seleção brasileira em 1998. "Atuei quase todo o tempo na sobra. Gosto de jogar assim", confessa o jogador, que sabe da responsabilidade da função. "Você precisa saber antecipar a jogada adversária para evitar que ela aconteça", resume.
Cuca se preocupava com esta situação. "O bom líbero tem que antever a ação do atacante. E isto não é fácil. O Flávio tem essa capacidade", afirma o treinador, que parece vincular a utilização do 3-5-2 com a presença do zagueiro. "Eu fico feliz em saber que o professor Cuca tem confiança em mim. A resposta que preciso dar é fazer o melhor para o Coritiba vencer as partidas", comenta o jogador.
E, para isso, Flávio tem consciência que não pode ser apenas um defensor. "Tenho muitas responsabilidades, e entre elas saber sair jogando e, quando possível, ajudar o ataque", diz. "Isto é fundamental. E ficou claro quando o Flávio puxou o contra-ataque na partida contra o Fluminense. Além do bom passe, ele teve a visão do jogo", completa Cuca. "A nossa principal obrigação é fazer o que o Cuca nos passa, e sempre da melhor maneira possível", finaliza o zagueiro.
Melhorando
Flávio, vindo de longo tempo de recuperação, sentiu a falta de ritmo nos primeiros treinos, mas espera estar pronto para enfrentar o Vasco no domingo, em São Januário. "O melhor para mim foi começar a treinar fisicamente. Fiz reforço por um bom tempo e estou bem melhor. Até o dia do jogo não vou sentir mais nada, e vou poder jogar tranqüilamente", afirma.
Motivação argentina inspira de Cuca
Assistir Argentina 3×1 Brasil, na noite de quarta, virou "aula" para os jogadores do Coritiba. O técnico Cuca diz que a atuação dos ?hermanos?, principalmente a motivação deles, tem que ser tomada como exemplo pelos alviverdes na partida contra o Vasco. Mas a lição pára por aí – segundo o treinador, a formação tática usada pelos gringos não se aplica ao Coxa.
Cuca acompanhou o jogo e ficou empolgado com a atitude dos argentinos. "Eles fizeram tudo direito. Tiveram a humildade de dizer que não eram favoritos, buscaram uma forma de anular o adversário e, acima de tudo, tiveram entrega, volúpia, vontade e muito desejo de vencer", comenta o treinador. "Isso a gente pode usar como lição. Precisamos ter este espírito de luta em todas as partidas, ainda mais no brasileiro, em que cada jogo vale muito", completa.
Mas o técnico evita comparar os sistemas táticos – assim como a Argentina, o Cori enfrentará o Vasco no 3-5-2. "Acho que aí não tem nada a ver. Nós temos que pensar no que nós podemos fazer", desconversa Cuca. A velocidade do jogo de quarta, entretanto, ficou na cabeça dos jogadores. "Eles atuaram de forma objetiva, sempre buscando o resultado e com jogadas rápidas. É um exemplo legal", reconhece o meia Luís Carlos Capixaba.
O treinador confirma que deve colocar em campo a equipe que treinou como titular quarta e ontem. "A tendência é essa. A gente está preparando a equipe desta maneira", diz Cuca, que usou como base a seguinte formação: Vizzotto; Miranda, Flávio e Reginaldo Nascimento; Jucemar, Márcio Egídio, Luís Carlos Capixaba, Jackson e Ricardinho; Alexandre e Tiago.