O goleiro Felipe, novamente, deixou o Engenhão como herói. A exemplo da semifinal da Taça Guanabara (primeiro turno do Campeonato Carioca), o camisa 1 brilhou na disputa por pênaltis, desta vez contra o Fluminense, e ajudou a levar o Flamengo para a decisão da Taça Rio (segundo turno). Após empate no tempo regulamentar por 1 a 1, a torcida rubro-negro entoou o nome de “Felipe” várias vezes, numa demonstração de extrema confiança. Ele se agigantou, defendeu duas cobranças – uma de Araújo e outra de Tartá – e o time da Gávea venceu por 5 a 4 nas penalidades.
Se vencer a final contra o Vasco, no próximo domingo, novamente no Engenhão, o Flamengo vai se sagrar campeão carioca por antecipação, pois ganhará os dois turnos. “Pênalti é loteria, é acertar o canto e, graças a Deus, deu tudo certo”, disse o goleiro, que, antes das batidas, rezou muito com um terço nas mãos.
“Enquanto estiver dando resultado, excelente. Mas, domingo, contra o Vasco, não quero que vá para os pênaltis não. Desejo que o Flamengo seja campeão durante os 90 minutos”, afirmou Felipe, enquanto era cumprimentado por companheiros de equipe.
A cada entrevista, os jogadores do Flamengo ressaltaram a união e o poder de superação do time, que atuou sem Ronaldinho Gaúcho e Maldonado, machucados, e ainda perdeu o lateral-direito Leonardo Moura, contundido, no início do clássico.
O jogo foi tenso, emocionante e teve até a apagão. Aos 12 minutos de bola rolando, os refletores do Engenhão se apagaram por conta da forte chuva. O confronto, então, foi paralisado. Após alguns minutos, o árbitro Péricles Bassols Cortez retomou a partida, apesar da iluminação parcial no estádio. Em seguida, os dois goleiros reclamaram da baixa visibilidade e o clássico parou novamente.
Assim que o duelo recomeçou, o Fluminense fez 1 a 0. Marquinho lançou a bola na área, o zagueiro Gum ajeitou de cabeça e Rafael Moura, em posição irregular (estava impedido), desviou para o fundo da rede.
A equipe tricolor foi melhor na primeira etapa e poderia ter ampliado o placar. Não fez isso e pagou caro. Talvez por causa do desgaste provocado pela classificação épica na Copa Libertadores da América na última quarta-feira, o Fluminense deixou o Flamengo crescer no segundo tempo e sofreu o empate: gol do meia Thiago Neves, de cabeça.
Com a derrota na disputa por pênaltis, o Fluminense foi eliminado do Campeonato Carioca e agora só resta ao clube tricolor reerguer a cabeça para mais uma “decisão”: recebe o Libertad, do Paraguai, na próxima quinta, no Engenhão, no primeiro jogo pelas oitavas de final da Libertadores.
Ficha técnica
Fluminense 1 (4) x (5) 1 Flamengo
Fluminense – Ricardo Berna; Mariano, Gum, Edinho e Julio César (Souza); Valencia, Diguinho, Marquinho (Araújo) e Conca; Rafael Moura (Tartá) e Fred. Técnico: Enderson Moreira.
Flamengo – Felipe; Léo Moura (Galhardo), Welinton, David Braz e Rodrigo Alvim; Willians, Fernando (Bottinelli), Renato e Thiago Neves; Diego Maurício e Wanderley (Deivid). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Gols – Rafael Moura, aos 22 minutos do primeiro tempo; Thiago Neves, aos 22 minutos do segundo tempo. Nos pênaltis: Fred, Edinho, Conca e Gum fizeram e Souza, Araújo e Tartá erraram para o Fluminense; Deivid, Galhardo, Botinelli, David Braz e Diego Maurício fizeram e Renato Abreu e Thiago Neves erraram para o Flamengo.
Cartões amarelos – Rafael Moura, Mariano, Fred, Julio César e Marquinho (Fluminense); Galhardo, Thiago Neves, Willians e Rodrigo Alvim (Flamengo).
Árbitro – Péricles Bassols Cortez.
Renda – R$ 593.415,00.
Público – 20.466 pagantes (23.915 no total).
Local – Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), no Rio de Janeiro (RJ).