Rio – Ficou uma pulga atrás da orelha de cada jogador rubro-negro na reapresentação do Flamengo, depois de todos brincarem o Carnaval com a faixa de campeão no peito. Numa conversa de 20 minutos, o técnico Abel pôs na cabeça deles que a Taça Rio reserva dificuldades extras. A começar pela tabela, que põe o rubro-negro jogando três vezes no campo do adversário e apenas uma em casa – fora os clássicos no Maracanã. O Fluminense, por exemplo, joga três em casa e apenas uma fora. A atenção com os juízes também será redobrada.

“Será que quem aprovou a tabela era Flamengo? Parece que foi feita pelo inimigo. A partir de agora o Walter Oaquim (representante na federação) vai acompanhar tudo de perto, inclusive sorteio de juízes. Na Taça Rio, vamos ficar com um pé atrás. Passamos de caçador a caça”, afirmou o diretor-técnico Júnior.

O ex-presidente Hélio Ferraz foi o representante do Flamengo na reunião que decidiu a tabela do estadual, em novembro de 2003. Os jogadores também não ficaram nada satisfeitos ao descobrirem que saem em desvantagem em relação ao Fluminense. “Não queria tabela favorável, mas justa. Fora isso, sabemos que tudo será mais difícil depois do nosso título. Os adversários vão nos enfrentar de forma diferente”, disse Zinho.

Abel, Júnior e os jogadores garantem que a rejeição à tabela nada tem a ver com desculpas antecipadas para um eventual fracasso. Eles se consideram em perfeitas condições de conquistar a Taça Rio e, conseqüentemente, o título estadual por antecipação. “Podemos perder a Taça Rio mas garanto que não haverá acomodação”, disse Abel.

O volante Douglas Silva, ex-Atlético-PR, apresentou-se na tarde de quarta na Gávea, emprestado até o fim do ano. Ele foi dispensado do Flamengo em janeiro para tratar de uma lesão no joelho esquerdo. Recuperado clinicamente, ele já treinou com o grupo, mas, fora de forma, talvez nem jogue no estadual. Até o final da semana o clube pode anunciar a contratação do lateral-direito Reginaldo Araújo, do Coritiba.

Ainda na ressaca do título da Taça Guanabara, houve tempo para lembranças de momentos decisivos do Fla-Flu. A história mais incrível foi contada pelo lateral Roger, autor do gol da vitória. “Quando eu fiz o gol, corri para a câmera de TV e cantei parabéns para o meu pai, que assistia ao jogo em Peruíbe (SP). Ele desmaiou de emoção. Foi para o hospital, mas, graças a Deus, foi só um susto.”

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