Há 35 anos o Flamengo não realiza uma campanha tão sofrível como a atual. O Rubro-Negro igualou o recorde negativo de 1967, atingindo 28 derrotas, em 58 jogos, ao ser derrotado pelo Gama, por 2 a 1, quarta-feira, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado culminou com a demissão do técnico Lula Pereira. O fantasma do rebaixamento, que vem perseguindo o Flamengo nos últimos anos, retorna com força total, só que agora no início da competição.

O time só venceu na estréia – 3 a 1 sobre o Internacional – e já acumula três derrotas e dois empates, somando cinco pontos e ocupando a 19ª posição na tabela. Com os fracassos e a alegação de fugir das pressões dos torcedores e das taxas do Maracanã, a diretoria do Flamengo decidiu ?retirar? algumas partidas do estádio, levando-as para o Serejão, em Brasília, onde o Rubro-Negro foi derrotado pelo Gama. Os dirigentes, porém, se esquecem da força da equipe no Estado, onde sempre atua com estádios cheios.

O ex-jogador Júnior considera a falta de planejamento técnico e administrativo como a principal causa da atual situação do Flamengo.

?As competições anteriores ao Brasileiro não servem para avaliar um time?, afirmou o ídolo rubro-negro. ?É uma época em que as equipes estão se armando.? Segundo ele, a partir do que viu no meio da semana em Brasília, será difícil a equipe escapar do rebaixamento.

Júnior destaca a importância de se investir nas categorias de base, mas com uma mescla entre a juventude e a experiência.

?Em 1992, tínhamos jogadores de seleção, mas mesmo assim Vasco, Botafogo e São Paulo eram melhores?, afirmou, referindo-se ao último ano em que o Flamengo foi campeão brasileiro. ?Eram atletas jovens, porém com mais experiência dos que os de hoje. Esses, estão pagando por um problema que não tem culpa.? 

O ídolo rubro-negro eximiu o técnico Lula Pereira de ser o culpado pela atual fase do time. ?Ele tem um percentual de culpa, mas está fazendo o que pode, trabalhando com os jogadores à sua disposição?, disse. ?O Flamengo não possui um centroavante e ainda deu azar com a contusão do Váldson, que tinha organizado a zaga.?  

A diretoria que substituiu o grupo de Edmundo dos Santos Silva, o presidente afastado pela Assembléia Geral do Flamengo por improbidade administrativa, reclama da ?turbulência? financeira e política no clube. ?Temos de fazer malabarismos para manter o Flamengo em funcionamento?, lamentou o superintendente-geral de Futebol, George Helal. A dívida do clube gira em torno de R$ 200 milhões.

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