Abençoada freguesia. Na volta do Brasileirão, o Paraná Clube atropelou o Flamengo, em Volta Redonda. Com a quarta vitória em seqüência – e uma invencibilidade de seis rodadas – o Tricolor subiu para a 5.ª colocação. E em grande estilo, ?sapecando? uma goleada (4×1) nos fanfarrões cariocas, que pretendiam fazer do jogo um ?treino de luxo? para a final da Copa do Brasil.
Jogando em casa, o Flamengo se aproveitou dos sucessivos erros de passe do Paraná Clube – que logo no início foi obrigado a trocar Sandro, lesionado, por Cristiano – para impor um ritmo forte à partida. Esteve a pique de abrir o placar com Renato, que parou nas mãos de Flávio. O time rubro-negro só não contava com a precisão de Angelo na cobrança de uma falta lateral. Aos 14 minutos, ele lançou a bola na cabeça de Edmilson, que ?fuzilou?, marcando seu primeiro gol com a camisa tricolor.
Apesar da vantagem, o time de Caio Júnior não conseguia cumprir aquilo que o treinador destacara como o mais importante nesse jogo: a valorização da posse de bola.
O castigo veio de forma rápida, quando a marcação não acompanhou Renato e o cruzamento veio na medida para Luizão só escorar, aos 21 minutos: 1×1. Foi após o empate que o Paraná cresceu de produção. Encaixou a marcação e criou pelo menos quatro chances em contragolpes.
Do outro lado, o Flamengo só ameaçou em cruzamentos rasteiros para a área, tirando proveito de uma certa indecisão do sistema defensivo paranista. Mas, apesar do ?sufoco?, o Tricolor resistiu. Caio Júnior procurou aumentar a coesão do meio-de-campo com a entrada de Goiano no lugar de Gérson. O resultado foi imediato. O Paraná voltou ?encurralando? o Flamengo, exigindo três defesas em seqüência de Diego.
Só um sinal do que viria a seguir. Aos 7 minutos, em novo cruzamento da direita, a zaga carioca ficou olhando e Edmilson, de cabeça, colocou o Tricolor mais uma vez em vantagem. Sem diminuir o ritmo, o Paraná seguiu na pressão e dava sinais de que iria ampliar. Angelo, aos 24 minutos, confirmou a flagrante superioridade dos paranaenses. Após a jogada de Cristiano pela esquerda, o ala só teve o trabalho de escorar para o gol vazio.
Tocando a bola com facilidade, o Paraná foi deixando o tempo passar, mas sem abdicar de contra-ataques em velocidade, com Cristiano e Maicosuel (que entrou no lugar de Leonardo). No final, a dupla ?fechou a conta?. Na assistência perfeita de Maicosuel, Cristiano invadiu a área e mandou para as redes: a décima vitória (em 15 jogos) sobre seu maior freguês em Brasileiros.
Melhor ataque do Brasileirão e pertinho da Libertadores
O Paraná Clube não só encostou na zona de classificação da Libertadores -está a 4 pontos do Fluminense, o 4.º colocado -como aumentou sua artilharia. Com mais quatro gols, o Tricolor divide com o Cruzeiro a condição de melhor ataque do Brasileirão. Os paranistas já balançaram as redes 22 vezes e Cristiano e Angelo seguem como os principais goleadores do clube (com 4, cada um).
O técnico Caio Júnior estava exultante. Nem tanto pelo placar elástico, mas por ver na prática o resultado daquilo que mais trabalhou na intertemporada: precisão nos contra-ataques. ?Foram quase duas semanas dedicadas quase que exclusivamente a esse fundamento?, disse o treinador. Na sua visão, o segundo tempo do Tricolor foi irrepreensível. ?Tivemos dificuldades no início, porque com a saída do Sandro, tive que adaptar o Gérson na marcação do Renato. Não deu resultado?, explicou, justificando a entrada de Goiano.
Com um volante de ofício unindo-se a Beto e Batista, o Paraná ?engoliu? o adversário. ?Lá na frente, o Cristiano fez a diferença, na individualidade?, disse Caio Júnior, sem se esquecer de Leonardo, que com sua presença ofensiva segurou os zagueiros flamenguistas, dando espaços para o meio-de-campo trabalhar a bola.
E falando em trabalho, o treinador destacou também o bom aproveitamento do time em bolas paradas, tirando proveito da qualidade de Angelo nos cruzamentos. O ala, suspenso com o 3.º cartão amarelo, está fora do clássico. Outra dúvida é Sandro, que deixou o campo aos 10 minutos do primeiro tempo, devido a uma entorse no tornozelo. Indagado sobre um possível favoritismo de seu time diante do Atlético, Caio Júnior foi incisivo. ?Não há favorito. Isso acontece no Brasil, em Portugal, onde for. Além de tudo, há o fator gramado (o do Pinheirão é ruim). Teremos um outro jogo no domingo?, finalizou o técnico vencedor. (IC)
CAMPEONATO BRASILEIRO
11ª RODADA
FLAMENGO 1×4 PARANÁ CLUBE
FLAMENGO
Diego; Leonardo Moura, Renato Silva, Ronaldo Angelim e Juan; Jônatas, Renato Augusto, Toró (Walter Minhoca) e Renato; Ramirez (Obina) e Luizão.
Técnico: Ney Franco.
PARANÁ
Flávio; Gustavo, Neguete e Edmilson; Angelo, Beto, Batista, Gérson (Goiano) e Edinho; Sandro (Cristiano) e Leonardo (Maicosuel).
Técnico: Caio Júnior.
SÚMULA
Local: Raulino de Oliveira (Volta Redonda).
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF).
Assistentes: Marrubson Melo Freitas (DF) e Eremilson Xavier Macedo (DF).
Renda: R$ 101.150,00.
Público: 11.621 pagantes (11.800).
Gols: Edmilson a 14° e Luizão a 21° do 1º tempo. Edmilson a 7°, Angelo a 24° e Cristiano a 45° do 2º tempo.
Cartões amarelos: Renato Silva, Juan, Toró e Walter Minhoca (Flamengo). Gustavo, Angelo e Leonardo (Paraná).
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