A construção dos apelidos é inversa: aumentativo e diminutivo. Mas não há questionamento sobre o tamanho e a importância de Nikão e Rafinha, respectivamente, para os rivais Athletico e Coritiba.
Neste domingo (2), às 16h, na Arena da Baixada, os ídolos se encontram na primeira partida da final do Paranaense.
O jogo decisivo será o primeiro duelo entre os jogadores em um Atletiba. Aos 36 anos, Rafael da Silva Francisco retornou ao Coxa em maio do ano passado para jogar a Série B, após seis anos e meio divididos entre Al-Shabab, da Arábia Saudita, e Cruzeiro.
No Alto da Glória, o arisco camisa 7 é sinônimo de sucesso. Venceu quatro títulos estaduais (2010, 2011, 2012 e 2013) e foi titular nos dois vice-campeonatos da Copa do Brasil.
Maycon Vinícius Ferreira da Cruz só chegou ao CT do Caju em 2015. Mas nem por isso é menos idolatrado pela torcida.
No quesito conquistas importantes, aliás, o camisa 11 supera o adversário deste domingo. Os troféus da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil tiveram participação ativa de Nikão, que é um exemplo vivo de superação e entrou para o rol de maiores da história do Furacão.
O apelido não tem ligação com a altura (1,74 m), ao contrário do baixinho Rafinha, de 1,67 m. Apesar de ambos jogarem em setores idênticos, as características são diferentes.
“Eles coincidentemente jogam na mesma faixa do campo, o lado direito do ataque. Mas o estilo deles é bem diferente – o Nikão é o cara da finalização, Rafinha é o cara do passe”, explica o blogueiro da Tribuna e comentarista da RPC, Cristian Toledo.
“Nikão fecha mais pelo meio, Rafinha ocupa mais a extrema. Claro que não é posicionamento fixo, mas a essência do trabalho tático deles é essa”, completa.
Aos 28 anos, oito a menos do que Rafinha, Nikão vive o auge da carreira. Apesar de nunca esconder que busca uma transferência, o mineiro de Montes Claros permaneceu no clube, ao contrário de nomes como Bruno Guimarães, Marco Ruben e Rony.
A renovação no plantel e a chegada do técnico Dorival Júnior só reforçaram seu papel. Em cinco partidas no Estadual, já tem cinco gols – três deles em três duelos na fase mata-mata.
“Nikão é pela primeira vez o protagonista do Athletico. Ele já é destaque há um bom tempo, mas sempre havia outro jogador ocupando os holofotes. Agora é a vez do camisa 11. É o auge da capacidade física e técnica dele”, crava Toledo.
O camisa 7 coxa-branca, por outro lado, flertou com a aposentadoria no fim da temporada passada, mas resolveu estender a carreira com a ascensão do time à elite. Ainda que distante de sua melhor forma, ainda é essencial para a equipe de Eduardo Barroca por sua entrega, experiência e identificação com a torcida.
Em 12 partidas até aqui, fez quatro gols. “O Rafinha não só é o melhor jogador, mas também é o esteio do Coritiba. Foi até agora o jogador mais decisivo do Paranaense, a ponto de existir hoje uma “Rafinhadependência”, cita Toledo.
“Ele está num momento diferente do auge técnico e físico, mas somou maior consciência tática e a experiência para ter uma sequência forte de jogos. O caminho do título paranaense para o Coritiba passa necessariamente pelo futebol dele”, frisa o comentarista.
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