O camarote do Maracanã, no domingo para a grande final da Copa do Mundo, será um palco inusitado reunindo chefes de estado tão diversos que apenas o futebol pode colocar na mesma sala. Ao lado da presidente Dilma Rousseff, a ala VIP do estádio contará com alguns dos ditadores mais incômodos do mundo, ao lado de representantes de democracias e monarquias europeias. Muitos deles estão entre os governos mais autoritários do mundo, acusados por ongs por sérios crimes e violações de direitos humanos.
Para a decisão da Copa, a lista dos convidados confirmados inclui Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, ditador da Guiné Equatorial desde 1979 e o líder africano que há mais tempo está no poder. Nas últimas eleições, em 2009, ele teria vencido o pleito com 97% dos votos, algo contestado por seus adversários. Ele ainda é investigado na França e nos EUA por corrupção. Em 2011, o governo americano confiscou ativos no valor superior a US$ 70 milhões em seu nome, incluindo uma Ferrari.
Outro que estará na tribuna de honra será Ali Bomgo Ondimba, presidente do Gabão e filho do ditador que permaneceu no poder por décadas. O camarote ainda terá a presença de Joseph Kabila, presidente da República Democrática do Congo desde 2001, substituindo a seu pai, Laurent-Désiré Kabila.
Não muito distante de sua poltrona estará o presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso, que ocupa o cargo há 17 anos. Ele ainda foi o presidente entre 1979 e 1992. Entre os convidados estará ainda o emir do Catar, Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani. Ele vive uma série de críticas internacionais por conta da polêmica envolvendo a suposta compra de votos na Fifa para garantir ao país o direito de sediar a Copa.
Mas será a presença de Vladimir Putin, presidente da Rússia e próximo anfitrião da Copa de 2018, que promete chamar a atenção. O russo está na lista dos convidados e não hesitará em usar a ocasião para mostrar que, apesar da crise na Ucrânia, não está isolado.
Ele poderá se encontrar com a chanceler Angela Merkel, que indicou que quer ver o time da Alemanha na grande final. A relação entre Putin e Merkel está fortemente abalada pelo conflito no Leste Europeu.
Mas não são apenas os ditadores que estarão nas tribunas. O primeiro ministro da Holanda, da Hungria, Trinidad e Tobago, da África do Sul e da Finlândia já confirmaram presença. Quem também estará na final é Rafael Correa, presidente do Equador.
Antes da partida final no Rio, Dilma Rousseff oferecerá um almoço para o grupo.