A Federação Internacional de Natação (Fina) atacou fortemente o Comitê Rio-2016 e a Prefeitura do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, por causa da infraestrutura que receberá os eventos aquáticos na Olimpíada. A entidade criticou a suposta baixa qualidade de alguns locais de prova e apontou “desrespeito” por parte da organização em relação às modalidades aquáticas.

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A federação demonstrou insatisfação com a capacidade de público do Estádio Aquático Olímpico, com a qualidade da água na Praia de Copacabana, já contestada por outras entidades esportivas, e com a falta de cobertura do Parque Aquático Maria Lenk, que receberá o nado sincronizado e os saltos ornamentais.

As críticas foram apresentadas pelo presidente da Fina, Julio Maglione, em carta enviada ao prefeito Eduardo Paes e ao Comitê Rio-2016. O documento, com data de segunda-feira, já circula entre dirigentes da natação mundial e, de acordo com a agência Associated Press, que teve acesso ao texto, indica que a Fina está perto de romper com a organização dos Jogos do Rio.

“As recentes decisões tomadas pelo Sr. Eduardo Paes estão prejudicando seriamente a imagem e os valores da Fina e de suas modalidades”, escreve Maglione, na carta. “Esta situação está em claro desrespeito ao requisitos exigidos pela Fina quanto aos locais de competição. E vão afetar negativamente as condições de segurança e o nível de performance dos atletas.”

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Uma das maiores críticas da Fina é a redução da capacidade de público no Estádio Aquático Olímpico, que receberá as tradicionais provas de natação dos Jogos Olímpicos. Segundo a Fina, mudanças no desenho do estádio vão reduzir a capacidade das arquibancadas, que devem receber entre 12.500 e 13.000 espectadores, abaixo dos 17.500 verificados em Londres-2012.

“O principal local de competição de uma das modalidades líderes do movimento olímpico está reduzido em termos de importância e valorização”, ataca a entidade, na carta. “Haverá menos espaço para TV, mídia, atletas e espectadores. Com certeza causará impacto negativo em termos de cobertura da competição olímpica e em termos de condições de trabalho para todos que estivessem atuando no local.”

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Quatro vezes campeão olímpico, o russo Alexander Popov também faz críticas na carta. O ex-nadador disse que as condições que o Rio de Janeiro apresentará para a natação será um “passo atrás em comparação às edições anteriores” dos Jogos Olímpicos.

A Fina atacou também a falta de cobertura do Parque Maria Lenk. Para a entidade, a competição outdoor colocará em risco a segurança dos atletas. O parque vai receber o nado sincronizado, os saltos ornamentais e provavelmente a primeira fase do polo aquático – a fase final será no Estádio Aquático Olímpico.

“As condições do tempo podem influenciar não apenas a performance dos atletas, como também sua saúde e segurança”, reclamou a Fina, criticando a decisão de Eduardo Paes de não instalar uma cobertura no local – em Londres-2012 a competição foi indoor.

Por fim, a entidade mundial cobrou novamente por testes virais nas águas da Praia de Copacabana, que sediará as provas da maratona aquático no Rio. A realização destes exames já estão sendo previstos pelos organizadores após apelos de diversas entidades esportivas mundiais, na esteira dos testes encomendados pela própria AP. O estudo mostrou alto índice de bactérias e vírus nas águas da praia, da Baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas, todos locais de competição no Rio-2016.