Filho de Garrincha dá o pontapé inicial no Atletiba

Sueco de nascimento, mas com jeito e cara de brasileiro, o filho europeu de Mané Garrincha chegou 4.ª feira à noite em Curitiba para as comemorações do cinqüentenário da Copa de 1958.

Ulf Lindbgerg, 48 anos, e a mulher Rose vieram à capital paranaense a convite de Arlindo, o Magrão, dono do Otorto Bar, decorado com mais de 250 fotos e reportagens sobre o craque das pernas tortas.

Dentro do bar temático, o sueco, que já esteve no Rio de Janeiro em 2005, disse à Tribuna que ficou emocionado em comprovar o fascínio que o pai biológico exerce no Brasil. ?Pensava que era mais popular no Rio e redondezas. Hoje vejo que todo mundo aqui gosta dele?, contou Ulf, de copo de cerveja na mão.

Curiosamente, o sueco reclama que no país dele –  sede e vice-campeão da Copa de 1958 -as celebrações do cinqüentenário são tímidas em relação ao que ocorre no Brasil. ?Foi o melhor resultado da história do futebol sueco, mas pouco se tem falado da data por lá?.

Ontem, Ulf percorreu ruas de Curitiba ao lado de políticos, jogou uma pelada no campo do J. Malucelli e foi cumprimentado por muita gente. Mas nada que o assustasse – a inusitada história dele já foi tema de diversos documentários e reportagens de TV na Suécia. ?Há pessoas que vêm de longe para me conhecer. Sou uma espécie de celebridade?, sorri.

Ele foi gerado numa aventura amorosa de Garrincha durante excursão do Botafogo pela Suécia, em 1959. Com um ano de idade, foi entregue para adoção pela mãe biológica, que morreu em 2006, sem conhecer o filho com o craque das pernas tortas.

Jamais conheceu, também, o pai. Em 1978, quando Ulf tinha 18 anos, uma TV sueca tentou marcar encontro entre os dois na Copa da Argentina. Mas Garrincha já estava debilitado pelo alcoolismo e a reunião não prosperou. O craque morreria em 1983, no Rio de Janeiro.

De Garrincha, Ulf, que trabalha numa fábrica de embutidos na cidade de Halmstad, herdou não só o gosto pelo futebol. Embora não tenha jogado profissionalmente, conta, sem modéstia, que é rápido, tem boa técnica e chuta com as duas pernas, como o pai.

A paixão pela bola foi transmitida aos quatro filhos e a grande aposta, surpreendentemente, é a única mulher. Segundo Ulf, Linnèa, 10 anos, pode até ser profissional. ?Ela não tem medo?, diz o pai, sobre a pequena fã da brasileira Marta, que atualmente joga na Suécia.

Ulf diz que assiste a todos da Seleção e viajou a Gotemburgo para assistir ao amistoso do Brasil contra o Chile, em março de 2007. Apesar da vitória por 4 a 0 naquele dia, engrossa o côro contra Dunga. ?Ele parece não gostar do estilo do futebol brasileiro, que é jogar com alegria?, protesta.

A agenda do filho de Garrincha, que fica em Curitiba até 6 de julho, inclui um bate-papo com jornalistas amanhã à noite, no Otorto Bar, e a presença no Atletiba de domingo. Ele já foi informado que trata-se do jogo de maior rivalidade da cidade. ?Darei o pontapé inicial. Mas talvez saia driblando todo mundo e marque um gol?, diverte-se.

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