Fifa vê ‘longa’ luta contra manipulação de resultados

O diretor de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, alertou nesta quarta-feira que o futebol tem “um longo caminho a percorrer” para derrotar a manipulação de resultados promovida por gangues do crime organizado, que manchou a reputação do esporte mais popular do mundo por várias vezes nos últimos anos.

A entidade esteve envolvida em 20 investigações que visam combater este tipo de prática criminosa ao redor do mundo no ano passado, e o dirigente da entidade principal do futebol mundial disse, em entrevista coletiva, que o problema pode piorar porque 100 campeonatos nacionais são vulneráveis à corrupção onde sindicatos do crime conseguem facilmente realizar apostas por meio da internet.

“A Fifa não irá erradicar a manipulação de resultados ou a corrupção”, afirmou Mutschke, antes de participar de uma conferência europeia de dois dias cujo tema é a luta contra manipulação de resultados e será iniciada nesta quinta-feira, na Itália.

Ex-integrante da Interpol, o alemão admitiu que “realisticamente, não há um meio” de a Fifa poder combater de forma eficiente o crime organizado, que visa lucrar com apostas ilegais no futebol como uma forma rentável, de baixo risco de ser flagrada, processada ou condenada de forma severa.

Mutschke disse que a Fifa precisa de mais ajuda de agências policiais de todo o mundo e pediu para a Interpol persuadir seus membros a darem maior apoio à Fifa nesta meta de proteger o futebol mundial dos criminosos. Para o dirigente, “a chave para o sucesso” de sua estratégia, desde quando se tornou membro da Fifa em junho passado, é elevar os níveis de integridade de árbitros, jogadores e dirigentes, para que eles possam resistir ao aliciamento ilegal dos apostadores.

O diretor de segurança da Fifa admite que será muito difícil combater este tipo de crime, pois anualmente são disputados cerca de 1.500 jogos sob a chancela da entidade que controla o futebol mundial, mas ele enfatizou que precisa ao menos lutar contra ele. “Eu provavelmente irei fracassar, mas ao menos eu gostaria de dizer que eu tentei”, destacou.

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