O Comitê de Ética da Fifa anunciou nesta sexta-feira que o zambiano Kalusha Bwalya, ex-presidente de federação de futebol de seu país, foi suspenso por dois anos de qualquer atividade relacionada ao mais popular esporte do mundo e multado em 100 mil francos suíços (cerca de R$ 383 mil) por envolvimento em atos de corrupção.

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Uma investigação concluiu que o dirigente aceitou subornos do catariano Mohammed bin Hammam, ex-presidente da Confederação Asiática de Futebol, que adotou essa prática ilegal para contar com voto de Bwalya nas eleições à presidência da Fifa na qual chegou a se apresentar como candidato, assim como também para ter voto nos pleitos que elegeram as sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, esta última marcada para ocorrer justamente no Catar.

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De acordo com a investigação, o ex-cartola zambiano recebeu US$ 50 mil (cerca de R$ 190 mil na cotação atual), em 2009, e depois US$ 30 mil (aproximadamente R$ 114 mil), em 2011, mesmo ano em que Bin Hammam desistiu de concorrer à presidência da máxima entidade do futebol mundial após ser acusado de compra de votos antes da eleição.

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Em março de 2017, Bwalya foi reeleito para seguir ocupando um posto no Comitê Executivo da Confederação Africana de Futebol, mas o seu envolvimento nestes casos de corrupção o impediu de participar de uma votação para fazer parte do Conselho da Fifa.

Ex-atleta, o zambiano chegou a ser eleito o melhor jogador do futebol africano em 1988, mas viu a sua biografia ficar manchada pela sua atuação como dirigente. A Fifa comunicou nesta sexta-feira que ele violou os artigos 16 e 20 do Código de Ética da entidade, que fazem referência a princípios de confidencialidade e a normas que proíbem que dirigentes aceitem ou ofereçam “presentes” em troca de favores políticos ou interesses escusos.

A Fifa informou que a punição a Bwalya, de 54 anos, tem efeito imediato e impede ele exerça qualquer função “administrativa, esportiva ou qualquer outra, em nível nacional e internacional” no futebol. Também ex-técnico da seleção de Zâmbia, ele ainda não se manifestou sobre a punição que recebeu, enquanto Bin Hammam negou anteriormente envolvimento em atos de corrupção que provocaram o seu banimento do futebol.