Preocupada com a independência da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), a Fifa declarou nesta sexta-feira que enviará uma delegação ao país para investigar a possível interferência do governo nos assuntos da entidade.
A Fifa disse em um comunicado que enviou uma carta à federação espanhola em que expressa “preocupação com a situação que atravessa a federação e recordando que, de acordo com os Estatutos da Fifa, todas as federações membro devem administrar seus assuntos de forma independente e garantir que não haja interferência de terceiros em seus assuntos internos”.
“A Fifa acrescentou que está em contato com a RFEF e nos próximos dias vai mandar a Madri uma delegação conjunta da Fifa e da Uefa para observar e analisar a situação que atravessa a RFEF”, acrescentou.
O jornal espanhol El País informou nesta sexta-feira que a carta da Fifa alertava sobre uma possível suspensão, porque o governo tem pressionado para que a federação realize eleições após a prisão do presidente Angel María Villar em julho por acusação de corrupção.
Segundo o El País, a Fifa poderia considerar o interesse do governo nas questões da federação como uma espécie de interferência e uma violação de suas regras. Se a federação fosse suspensa, a seleção espanhola poderia até mesmo ser excluída da Copa do Mundo no próximo ano.
A federação espanhola confirmou que o tema surgiu em uma reunião entre dirigentes dela e representantes da Fifa e da Uefa no evento de sorteio dos grupos do Mundial de 2018.
“Nestas reuniões, os representantes da Fifa e da Uefa mostraram uma enorme preocupação com a situação que atravessa a Real Federação Espanhola de Futebol e expressou seu maior interesse em ir para a Espanha e realizar, o mais breve possível, uma reunião com as mais altas autoridades esportivas de nosso país, a fim de ter um melhor e mais amplo conhecimento do assunto”, afirmou a federação em comunicado.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que a seleção do seu país não ficará fora da Copa do Mundo. “Estou certo de que a Espanha estará na Copa do Mundo e que vai ganhar”, disse, em uma entrevista coletiva em Bruxelas.
A polícia espanhola prendeu Villar, seu filho e outros dois dirigentes do futebol do país em julho, sob suspeita de administração desleal, apropriação indébita e falsificação de documentos.