Blatter vai divulgar o nome do País vencedor em Zurique, na Suíça. |
Zurique – A Fifa anuncia hoje, o país africano que organizará a Copa do Mundo de 2010. Será o prosseguimento de um rodízio dos continentes, que começa em 2006 com o Mundial da Alemanha, na Europa. Depois, em 2014, segundo a entidade internacional, o torneio acontecerá na América do Sul sendo o Brasil praticamente candidato único.
Apesar de a Fifa tentar fazer mistério e insistir no cronograma original do Comitê Executivo para revelar escolha da sede do terceiro Mundial do milênio, está bastante claro o favoritismo da África do Sul, com vantagens sobre Marrocos, Egito e Líbia – sem chances, a Tunísia desistiu da candidatura ontem.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, divulgará o nome do país vencedor durante uma entrevista coletiva no World Trade Center de Zurique, na Suíça, às 12h locais (7h de Brasília), após a reunião do Comitê Executivo. A votação do comitê será secreta. Ontem, o processo de definição entrou na etapa decisiva: os representantes dos quatro candidatos fizeram, no auditório da Fifa, nova defesa das condições de seus países para promover o Mundial de 2010. O dossiê de cada um foi levado à entidade em 30 de setembro de 2003, logo após a desistência de um sexto candidato, a Nigéria. Em seguida, uma comissão oficial visitou os países e preparou um relatório.
O grupo de inspeção, presidido pelo belga Jan Peeters, carregou nos elogios aos recursos da África do Sul e também destacou os do Marrocos e do Egito, mas foi bem menos otimista quanto à Tunísia e praticamente reprovou a Líbia.
Nos bastidores, a decisão já parece ter sido tomada em favor da África do Sul, o maior produtor de ouro e de diamantes do mundo e com um público entusiasmado pelo futebol. É verdade que o índice de Aids entre os sul-africanos tem sido elevado. Além disso, o fim do apartheid não significou a extinção dos problemas sociais do país, já que metrópoles como Johannesburg e Cidade do Cabo apresentam freqüentes casos de assaltos e de violência sexual.
Entretanto, o Marrocos, tido como o segundo maior favorito, viu sua cotação desabar após os atentados de 11 de março contra trens de Madri: pelo menos três dos principais suspeitos são marroquinos.
Em 2000, a África do Sul perdeu a disputa da sede do Mundial de 2006 para a Alemanha por apenas um voto: 12 a 11. Tentando evitar novas surpresas, os dirigentes sul-africanos fizeram amplo lobby junto às entidades de todos os continentes.